Servidores em greve do Ministério da Cultura, no Rio de Janeiro, divulgaram nesta quarta-feira (24/8) uma carta de protesto, em frente ao Museu da República, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro. Eles reivindicam reajuste salarial de 78% e reclamam de problemas de infraestrutura no órgão.
O Rio é a unidade da Federação com o maior contingente de funcionários do Ministério da Cultura. Cerca de 80% dos 1,6 mil servidores do órgão no estado estão em greve.
Os grevistas querem o cumprimento de acordo firmado com o governo federal em 2007, que previa reajustes conforme o Plano de Carreira. Eles reivindicam ainda a regulamentação das gratificações e são contra o projeto de Lei Complementar (PLP) 549, que limita despesas da União com salários.
"Atualmente, um profissional da Cultura com mestrado e doutorado ganha, no máximo, R$ 3 mil. Queremos equiparação com outras carreiras, cujo teto chega a R$ 7 mil e reajuste para os servidores de níveis médio e fundamental", disse a presidente da Associação de Servidores da Funarte (Asserte), Paula Nogueira.
Segundo a categoria, o Ministério da Cultura tem colaborado com as negociações no Ministério do Planejamento. No entanto, ainda não há previsão para o fim da greve, decidida na última segunda-feira (22), no Rio.
A expectativa dos grevistas é que o movimento se estenda a outros estados. Hoje, servidores do ministério em São Paulo farão assembleia para decidir se aderem à paralisação.
Na capital fluminense, estão fechados desde terça-feira (23/8) o Museu Nacional de Belas Artes e a Biblioteca Nacional. Também não estão funcionando a representação regional do ministério, a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A categoria aproveitou o protesto para lembrar que hoje faz 57 anos que o presidente Getúlio Vargas se suicidou no Palácio do Catete. Por isso, os servidores escolheram o local para a manifestação. Cerca de 100 grevistas estavam de pijama, em uma referência à forma como o Getúlio estava vestido quando foi encontrado morto.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério da Cultura informou que trabalha para evitar que a greve se amplie. Até o final da tarde, o órgão deve se pronunciar por meio de nota.
Fonte: Agência Brasil