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Hernani Heffner vai suceder Ricardo Cota na gerência da Cinemateca do MAM

O Rio de Janeiro continua lindo e segue como tambor cultural do país. Um dos exemplos é a Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna). Naquele templo no Aterro do Flamengo vibra a conservação física e a memória intelectual do cinema. A Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro, ACCRJ, parceira constante da Cinemateca, celebra a promoção do nosso integrante, o pesquisador Hernani Heffner. Ele assume a gerência da Cinemateca do MAM trazendo transformações e a consciência e energia necessárias nestes tempos.

A alegria é em dobro. Hernani Heffner vai suceder Ricardo Cota, que ficará na articulação do Conselho da Cinemateca. Dois membros da ACCRJ na Cinemateca do MAM, cuja parceria sugere uma espécie de Lennon e McCartney da crítica nacional.

Na gestão de Ricardo Cota, a Cinemateca viveu momentos históricos como a masterclass do diretor de fotografia italiano Vittorio Storaro. Profissionais, estudantes e amantes do cinema viveram esse momento único com o vencedor de três Oscars.

A parceria inédita com a Associação Brasileira de Cinematografia também foi outro momento importante, com masterclasses de profissionais como Affonso Beato, Walter Carvalho e Lula Carvalho.

Entre as homenagens, estão os últimos grandes encontros com Domingos de Oliveira e Ruth de Souza, além da realização de mostras de cinema feminino, palestras com editores e um tributo especial ao ator Paulo José.

A história recente da Cinemateca também teve eventos com a presença de cineastas como Cacá Diegues, Lucia Murat, Silvio Tendler, Eryk Rocha, Vladimir Carvalho, entre tantos realizadores do cinema brasileiro que tiveram suas obras reverenciadas nos debates organizados por Ricardo Cota. A Cinemateca foi plural e recebeu a todos: de iniciantes aos consagrados internacionalmente, além de ter promovido a diversidade em todas as esferas por meio de eventos e cineclubes de todos os estilos e gêneros.

A Cinemateca também recebeu grandes pré-estreias, para citar algumas, “Nise – O Coração da Loucura”, “Hebe – A Estrela do Brasil” e “Eu sou Carlos Imperial”. Há de se mencionar ainda a parceria com o Festival Internacional do Rio, um dos mais importantes eventos cinematográficos do país.

A parceira com a ACCRJ rendeu mostras fundamentais: “Centenário de Ingmar Bergman”, “Vinte Anos Sem Akira Kurosawa“, “Warren Beatty: Uma Rajada de Charme”, “Alusões Homoeróticas no Cinema Clássico”, “O Jazz Vai Para Hollywood”, “Nos Embalos de Uma Parceria: Stigwood, Olivia e Travolta” e, este ano, “Paul Newman – Belo e Indomável”. Os centenários das lendas Frank Sinatra e Kirk Douglas, este com direito a carta e vídeo de agradecimento, também foram comemorados na tela da Cinemateca.

O alcance da Cinemateca do MAM, como caldeirão cultural, recebeu a força do samba do Império Serrano, manifestações como o jongo e também os quilombolas de Paraíba do Sul. E diversos desses eventos tiveram a presença de figuras históricas da cultura brasileira, como Caetano Veloso e Ney Matogrosso.

São muitas as realizações do time que conta também com José Quental, Fábio Vellozo e Cadu Pereira e a liderança de Carlos Alberto Chateaubriand, do Conselho do MAM e do diretor executivo Fabio Szwarcwald. A Cinemateca do MAM preserva, atualiza e aponta um grande futuro.

Ana Rodrigues – Presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ)