O governo interino de Honduras impediu o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya do exílio, no domingo, e o país está cada vez mais isolado no cenário internacional devido ao primeiro golpe militar na América Central desde a Guerra Fria.
Zelaya tentou pousar de avião na capital Tegucigalpa desde Washington, mas conflitos entre seus aliados e tropas militares no aeroporto o obrigaram a abortar o plano, uma semana após militares terem o detido em casa ainda de pijamas e o mandado para fora do país.
Ao menos uma pessoa morreu nos confrontos quando milhares de manifestantes pró-Zelaya marcharam para recebê-lo no aeroporto e foram detidos pelos militares. Essa foi a primeira morte nos protestos políticos desde o golpe de domingo passado.
"Soldados hondurenhos, não apontem as armas para seus irmãos", disse Zelaya em El Salvador, para onde seu avião foi desviado após as autoridades de Honduras terem recusado a permissão para pousar em Tegucigalpa e bloquearam a pista do aeroporto com veículos. Os partidários de Zelaya vibraram quando o avião se aproximou.
O governo interino tem mantido uma postura desafiadora, garantindo que a deposição de Zelaya foi uma transição constitucional. Mas sua retirada do poder despertou condenações internacionais, especialmente dos aliados de esquerda de Zelaya na América Latina.
O golpe aumentou as tensões diplomáticas na região e representa um desafio para a política externa do governo do norte-americano Barack Obama.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) suspendeu Honduras na noite de sábado, após o governo interino ter se negado a receber o retorno de Zelaya. Essa foi a medida mais grave de governos estrangeiros para isolar o empobrecido país da América Central que sobrevive da exportação de café e têxtil.
O atual líder de Honduras, Roberto Micheletti, disse que deseja continuar no poder até as eleições marcadas para novembro, mas disse que pode considerar antecipar a votação.
Fonte: Reuters