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Hospital da Criança promove visita virtual entre doador e transplantado

Visita-virtualO argentino Elio Felix Capeletti, de 53 anos, após doar um rim para seu filho Martin Gabriel Capeletti Siqueira, de 11 anos, só tinha um único desejo: vê-lo bem. Só que Elio não pode fazer isso de imediato, pois há a recuperação pós-transplante, que o impede de caminhar nos primeiros dias depois do procedimento. Para tranquilizar Elio, a direção da unidade preparou uma surpresa. Com dois tablets, promoveu um encontro virtual entre pai e filho. A iniciativa deu tão certo que a visita virtual se tornou protocolo do hospital, e será repetido sempre que houver um transplante intervivos.

 

 

– Fazemos a visita virtual por meio de um aplicativo que funciona com internet 3G. Colocamos um tablet à disposição do paciente transplantado no CTI e outro no quarto do doador. A visita virtual melhora a ansiedade do doador, que quase sempre é um pai, uma mãe, um irmão ou irmã do paciente, e ajuda na qualidade da recuperação de ambos – disse o médico Lúcio Abreu, responsável pela área de Qualidade do Hospital da Criança.

 

 

O encontro de Elio e Martin teve pouco tempo de duração porque o menino precisou passar por alguns procedimentos médicos e exames pós-transplante, mas foi o suficiente para tranquilizar o pai.

 

 

– Depois de ver meu filho fazendo hemodiálise durante três anos, doar meu rim para ele e vê-lo pelo tablet, está sendo gratificante. Uma coisa é uma pessoa chegar para mim e dizer que ele está bem, agora vê-lo sorrindo por aqui, é algo diferente. Estou bem mais tranquilo. A estrutura do hospital é maravilhosa e ajuda também a manter essa tranquilidade, mas confesso que estou ansioso para levantar da cama e fazer uma visita real – disse Elio, que contou que Martin tinha insuficiência renal por ser portador de Síndrome de Fanconi, distúrbio nas funções renais.

 

 

Primeira unidade de atendimento pediátrico

Inaugurado no dia 4 de março, o Hospital da Criança é a primeira unidade do Rio de Janeiro voltada para atendimento pediátrico referenciado. Em quatro meses, o hospital já realizou 473 cirurgias, sendo oito transplantes; 816 procedimentos, mais de 2,1 mil atendimentos ambulatoriais e 1.463 exames.

 

 

Em 28 de março, o hospital recebeu o credenciamento por parte do Sistema Nacional de Transplantes. Desde então, dois transplantes de rim e três de fígado já foram realizados. O primeiro transplante de fígado na unidade foi realizado em 3 de abril. O menino Natan recebeu parte do órgão de seu pai, Ubiratan Tonaso. No último dia 17, foi realizado o segundo transplante de fígado na unidade.

 

A paciente Milena Flávia do Nascimento, de 2 anos e 4 meses, recebeu parte do fígado de sua mãe, Mirian Conceição do Nascimento, após uma espera de quase dois anos pelo procedimento. A cirurgia da menina, que tinha cirrose hepática por conta de uma atresia das vias biliares, foi um sucesso. O menino Abraham Lincoln de Oliveira, de 11 anos, recebeu um rim captado pelo PET (Programa Estadual de Transplante) no dia 24 de abril, sendo o primeiro transplante renal da unidade.

 

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