Os tatames do Pavilhão Atlântico, em Lisboa, evidenciaram a superioridade do judô brasileiro nesta terça-feira, dia 14, na estreia da modalidade nos Jogos da Lusofonia. Com cinco medalhas de ouro e uma de bronze, a equipe mostrou grande concentração durante os combates, Em Lisboa 2009. Entre os atletas que venceram nas suas categorias estão: Rodrigo Rocha (-73Kg), Felipe Kitadai (-60kg), Mariana Barros (-57kg), Raquel Siva (-52kg), Daniela Polzin (-48kg), ouro. Luiz Revite (-66kg) conquistou a medalha de bronze. Destaques nesta primeira participação no judô lusofônico, as cariocas Daniela Polzin e Raquel Silva vivem diferentes momentos na carreira, mas guardam muitas semelhanças quanto ás suas preferências musicais no pódio.
Aos 30 anos, a experiente Daniela tem uma relação de longa data com o Hino Nacional, não só por tê-lo ouvido por diversas vezes em premiações nos pódios de competições ao redor do mundo. O nome completo da atleta, Daniela Duque Estrada Polzin, revela o parentesco da judoca com Joaquim Osório Duque Estrada, ex-membro da Academia Brasileira de Letras, cujo poema feito em 1909 foi oficializado como letra do Hino Nacional Brasileiro. “O autor do Hino era tio do meu tataravô. É legal saber dessa história e ouvi-lo no pódio”, conta Daniela sorridente. A atleta, que venceu as duas lutas, uma por yuko, sobre a portuguesa Leandra Freitas (prata); e outra, por ippon, sobre Siu Pou Leong (bronze), de Macau, notou a evolução técnica dos judocas de países africanos. “Brasil e Portugal têm os atletas mais competitivos do torneio, mas pude ver que existem alguns meninos e meninas de Angola, por exemplo, com potencial. Qualquer descuido com eles pode deixar o título escapar”, observou Polzin, que é formada em arquitetura e está fazendo pós-graduação em administração e marketing esportivo. “Meu sonho é trabalhar com urbanismo, que é a minha especialidade, no projeto do Rio 2016”, confessou.
Exemplo de superação, Rafaela Silva, atleta da Cidade de Deus (RJ) é uma prova de como o esporte pode servir como ferramenta de inclusão social. Aos 20 anos, é aluna do Instituto Reação, ONG do judoca Flávio Canto, que ajuda a disseminar os ideais olímpicos através do esporte em comunidades carentes do Rio de Janeiro. “Primeiro, optei pela dança, mas, como minha irmã mais nova começou a treinar judô, acabei indo também. Fui convidada pelo Geraldo (Bernardes), que treinou por muito tempo a Seleção Brasileira de judô”, revelou Raquel, que é irmã de Rafaela Silva (-57kg), medalha de ouro no Campeonato Mundial Junior de Judô, em 2008.
Raquel venceu seus dois confrontos por ippon: contra Marta Silva (prata), de Portugal, e Shi Yeng Vong (bronze), de Macau. Estive em Portugal há menos de um mês e perdi a medalha de ouro para uma portuguesa. Dessa vez foi diferente, pois ganhei de uma portuguesa na primeira luta”, lembrou Raquel. “Na primeira luta os atletas se estudam, tem mais pegada. Na segunda luta, estive melhor e finalizei mais rápido”. A estreia do judô no programa dos Jogos da Lusofonia teve o Hino Brasileiro como principal trilha sonora.
As competições do judô continuam nesta quarta-feira, dia 15, a partir das 6h (horário de Brasília). A principal atração do dia é a presença do medalhista de prata olímpico, Carlos Honorato (-100kg). Haverá disputa em mais sete categorias (três masculinas e quatro femininas).
Nesta quarta-feira, dia 15, a equipe feminina de basquete enfrenta as moçambicanas a partir das 7h (horário de Brasília), no Ginásio do Hockey Club, em Sintra. No futsal, o jogo é contra São Tomé e Príncipe, às 16h (horário de Brasília), no Pavilhão Atlântico. Esta é a segunda partida das duas equipes, que venceram, respectivamente, Cabo Verde e Guiné Bissau na estreia de suas modalidades.
Fonte: Cob