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Inauguração Pagode Chinês

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Fundação Parques e Jardins inauguram amanhã (29/04), às 10h, o Pagode Chinês, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. A obra de restauração do Monumento, um dos mais importantes da Zona Norte da Cidade e que vai completar 100 anos em 2010 (outubro), trará de volta um bem público, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), cujas estruturas já estavam muito frágeis.

O investimento foi em torno de R$ 600.000,00 e a recuperação durou 20 meses (1 ano e 8 meses). Executar a restauração foi um trabalho delicado e de grande complexidade, em razão de haver no Pagode Chinês cerca de 320 perfis metálicos de diversos tamanhos, com várias seções, que precisavam de análise minuciosa que foram substituídos ou tratados, além das argamassas serem reprodução de pedaços de bambu, de sapê e de casca de árvore.

Histórico

O termo Pagode refere-se a uma construção religiosa, um Templo, local carregado de espiritualidade, de inspiração chinesa, contrapondo-a a outra, “O Templo de Apolo”, situado no lago, com inspiração grega, ambas obras do arquiteto e paisagista da Prefeitura, Paulo Villon.

Alta Tecnologia

A obra de restauração teve as seguintes etapas: execução de moldes das argamassas existentes, retirada das peças metálicas corroídas, tratamento das peças intactas, fixação dos novos perfis na estrutura remanescente com parafusos de aço, grauteamento da cúpula, execução dos ornatos novos em argamassa com tela de poliéster, recomposição das novas peças de argamassa nos perfis metálicos restaurados, pintura de todo o conjunto, recomposição do piso e rocailles.

Essa restauração utilizou tecnologia de ponta com grauteamento nos reforços estruturais, inibidores de corrosão, resina e borracha de silicone, e artesãos, que receberam apoio de diversos profissionais especializados, como engenheiros calculistas, metalúrgicos, químicos, civis e arquitetos. Eles tiveram o acompanhamento e a fiscalização dos técnicos da Fundação Parques e Jardins e do IPHAN.

Pagode Chinês

A utilização de perfis de ferro na construção civil permitiu, à época, grandes inovações principalmente no aumento dos vãos e na leveza das formas. Neste caso o Pagode Chinês, utilizou deste recurso, criando elementos esbeltos, soltos, formado por treliças e planos. Dando forma a essa estrutura e reproduzindo uma natureza idealizada, típica dos jardins franceses, os perfis metálicos foram perfeitamente envolvidos por argamassa imitando bambus, com nós e gomos. O forro do telhado também em argamassa, imita com perfeição o sapê, e finalmente o forro do piso imita a casca das arvores apoiado em bambus, todo este trabalho, executado por hábeis profissionais artesãos.

Influência Chinesa no Rio de Janeiro

Desde 1856 o Jardim Botânico estava ligado ao Alto da Boa Vista por uma estrada. Há registros de que nessa obra, foram empregados trabalhadores trazidos de China (Macau) para desenvolver a lavoura. No início do século XX, o Rio de Janeiro já sentia a influência chinesa, uma vez que a cidade era passagem obrigatória para o transporte de mercadorias pelo Oceano Atlântico. A influência também era apresentada devido à chegada dos plantadores de chá de D. João VI. Essa "vocação", provavelmente, explica a razão pela qual a Prefeitura, na ocasião, ergueu em plena Floresta da Tijuca um pavilhão denominado “Vista Chinesa”.

O ecletismo adotado nessa época permitia a exuberância nas construções, orientada por estilos tanto da tradição ocidental (gregas, romanas, góticas e barrocas), como de tradição exótica (chinesas, japonesas, mouriscas), revelando “tipos” novos a serem explorados. Nessa linha surgiram obras públicas com inspiração chinesa, entre elas: a Vista Chinesa (Parque Nacional da Tijuca) e o Pagode Chinês (Quinta da Boa Vista).

Transformação Urbana

Em 1910, o Prefeito Serzedelo Correa revitalizou a Quinta da Boa Vista. Neste período foi executado o portão do Largo da Cancela, implantado um aquário com laboratório de piscicultura, o terraço em frente ao Museu Nacional, o Templo de Apolo e o Pagode Chinês, obras inauguradas em 12 de outubro pelo Presidente Nilo Peçanha. Nesta época, o Rio passava por uma grande transformação urbana com as intervenções realizadas pelo Prefeito Pereira Passos.

A Cidade assumia ares de ‘Belle Époque’, o estilo eclético caracterizava a arquitetura e o metal (ferro fundido) ornamentava as edificações. Apesar de muitas obras importantes, como a abertura da Avenida Rio Branco, a criação da Avenida Beira Mar, o ajardinamento da Praia de Botafogo, as reformas da Praça Tiradentes e do Passeio Publico, faltava uma grande intervenção também na Quinta da Boa Vista, o que aconteceu na primeira década do século XX.

Fonte: Ascom Prefeitura