Desde 2011, mais de 15 mil agentes culturais e 32 empresas em todo o estado receberam orientações da Incubadora Rio Criativo. Primeiro programa de Economia Criativa do país, atualmente, o modelo fluminense auxilia o Ministério da Cultura a implantar o projeto em 14 estados brasileiros, repassando expertise e multiplicando conhecimento. Para este ano, o assessor especial para a Economia Criativa da Secretaria de Cultura, Marcos André Carvalho, quer ampliar a rede de empreendedores no interior.
– Vamos lançar o Escritório de Direito e Propriedade Intelectual para a Economia Criativa e uma nova forma de incubação de empresas: a Incubadora de Redes e Coletivos, um programa de desenvolvimento econômico que vai fortalecer a rede de empresas em cidades estratégicas para atração do turismo cultural no interior. Eles receberão orientação e qualificação para criarem negócios criativos que gerem emprego e renda local – explicou Carvalho, que também é diretor da Incubadora Rio Criativo.
Último dado disponível, o Mapeamento da Indústria Criativa de 2014, feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), aponta que, em 2013, o Rio foi o estado em que a Economia Criativa teve a maior participação no Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
– O setor movimentou R$ 20,6 bilhões, em 2013, o que representou 3,8% do PIB fluminense. Hoje, a Economia Criativa movimenta aproximadamente R$ 126 bilhões no Brasil por ano, o que corresponde a 2,6 % do PIB nacional – afirmou Marcos André Carvalho.
Crédito empreendedor
Em dezembro de 2015, 16 empreendimentos terminaram o primeiro ciclo de incubação oferecido pelo Rio Criativo, após um ano e meio de acompanhamento e orientações. Juntas, saltaram de um faturamento de R$ 1 milhão para R$ 10 milhões. Outras 16 empresas iniciaram, em julho, o segundo ciclo de incubação e, após um diagnóstico feito pelo Rio Criativo, cada uma recebeu R$ 60 mil para contratação de consultorias de gestão de empreendimentos.
A Incubadora também atua no interior. Em caravanas mensais pelos municípios fluminenses, empreendedores, do artesão ao cineasta, recebem informações sobre formalização e outros temas essenciais para a prosperidade do negócio.
Além de orientar empresas e empreendedores, o Rio Criativo firmou parceria com a AgeRio para criar o Balcão Crédito Cultura RJ, que oferece o InovaCred Expresso para créditos de até R$ 150 mil; e o InovaCred, com concessões acima de R$ 150 mil e até R$ 10 milhões. O governo federal também concedeu aporte de R$ 8 milhões para a criação do LAB Rio Criativo, um centro de tecnologia de produção e pós-produção de conteúdos digitais.
Três perguntas para o assessor especial para a Economia Criativa
À frente da Incubadora Rio Criativo, Marcos André Carvalho explicou o papel da instituição no Estado.
D.O Notícias – Quais setores compõem a Economia Criativa?
Carvalho – São diversas áreas, como música, artes cênicas, indústria audiovisual (cinemas, animação e games) e do entretenimento, literatura, turismo cultural, moda, design, artesanato, gastronomia, arquitetura e publicidade. Esses setores são considerados pela Organização das Nações Unidas (ONU) os que mais crescem e geram emprego no mundo e as grandes potências mundiais têm a Economia Criativa no centro do desenvolvimento econômico.
D.O – Como o Rio Criativo atua junto aos agentes e empresas?
Carvalho – Oferecemos orientações sobre gestão de negócios e inovação; realizamos rodadas de negociações para captação de possíveis clientes e patrocinadores; e trabalhamos na promoção dos produtos e serviços. Acompanhamos agentes e empresas diariamente para que prosperem e gerem emprego e renda.
D.O – Como tem sido a procura dos empreendedores?
Carvalho – Os empreendedores reconhecem o nosso trabalho. No edital em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, por exemplo, tivemos 300 inscrições para as 16 vagas do segundo ciclo de incubação, o dobro de inscrições do primeiro. Nas caravanas para cidades do interior, atendemos, em média, três mil agentes por ano. O empreendedor é a peça-chave para melhorarmos a economia.