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Instituto de Infectologia do Rio

A garantia dos benefícios de transporte e cesta básica durante o tratamento, o aumento dos leitos para internação, a transparência das políticas de controle da doença e a melhoria do acesso aos serviços de saúde são as principais reivindicações apresentadas na primeira série de debates do Dia Estadual de Conscientização e Mobilização de Combate à Tuberculose (TB), que aconteceu nesta quinta-feira (06/08), no Plenário da Assembleia Legislativa do Rio. Durante o evento, o Ministério da Saúde anunciou que o Instituto de Infectologia do Rio será instalado no Hospital dos Servidores do Estado (HSE), no Centro da capital, até o final de 2010. A ideia do encontro e a criação do dia de combate à tuberculose foram iniciativas do deputado Gilberto Palmares (PT), que preside a Frente Parlamentar pela luta contra o HIV/AIDS e a tuberculose. "Esse evento mostra a importância de lutarmos contra esta doença. Realizaremos uma série de debates com gestores da saúde, estudiosos, militantes da causa e médicos para tratar do assunto ainda este ano", adiantou.

O petista assegurou que as ações da frente visam à erradicação da tuberculose no estado. "O Rio sustenta o título vergonhoso de ter a Região Metropolitana onde mais morre gente por tuberculose no Brasil. E morre mais gente hoje por tuberculose do que no auge da crise da dengue e desta gripe suína. As autoridades precisam eleger a tuberculose como prioridade e, por isso, estamos aqui. Vamos elaborar estratégias para o combate e para a informação da população. Esses são os principais objetivos", argumentou o parlamentar. A frente presidida por Palmares foi criada através do projeto 272/08, de autoria do próprio Palmares, e aprovada pela Alerj com o objetivo de dar visibilidade aos males da doença. "A tuberculose é uma das enfermidades mais antigas do mundo, mas não é uma doença do passado como muitos imaginam", reiterou o deputado.

Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), dois bilhões de pessoas, o que corresponde a um terço da população mundial, está infectada pelo "Mycobacterium tuberculosis". Destes, oito milhões desenvolverão a doença e dois milhões morrerão a cada ano. O Brasil ocupa o 18º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. Aproximadamente 10% dos pacientes com TB são também co-infectados pelo HIV, e a TB é a principal causa de morte de pacientes com Aids. O coordenador do Programa Nacional de Controle de Tuberculose do Ministério da Saúde, Dráurio Barreira, comentou os números assustadores do País. "Somente com uma atenção básica de saúde podemos deixar para trás dados tão negativos para o Brasil. Desde 2003, o Brasil passou a tratar a tuberculose com mais atenção. Desde então, já conseguimos diminuir os números de internações e de casos de uma maneira geral. Os óbitos também diminuíram, mas mesmo assim, a situação ainda é preocupante", alertou.

Barreira entregou ao diretor da Rede Federal de Hospitais do Rio, Oscar Berro, a menção honrosa da Assembleia Legislativa do Rio pelos serviços prestados à população. Berro fez coro com o colega e ainda afirmou que, se as pequenas cidades do Rio não forem devidamente atendidas, os números de vítimas da tuberculose voltarão a crescer. "Hoje são 17 mil novos casos de tuberculose por ano no Rio. Isso é falta de atenção básica à saúde. Se não dermos atenção aos pequenos municípios, vamos dobrar o número de casos em dez anos", salientou o médico. Oscar Berro ainda anunciou, a pedido do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a instalação do Instituto de Infectologia do Rio no Hospital dos Servidores do Estado, na Rua Sacadura Cabral, na Gamboa (Centro do Rio), para dentro de 18 meses. Carlos Basília, representante do Fórum ONG TB-RJ, entregou ao deputado Palmares um documento com a real situação da doença no País, as principais dificuldades no diagnóstico e no tratamento da tuberculose e uma lista com sugestões para melhorar a qualidade do serviço prestado aos moradores do Rio.

Também presente ao evento, o jogador de basquete do Flamengo e da seleção brasileira Rafael Araújo, o Baby, interessou-se em ajudar e já vem estudando projetos para participar de maneira efetiva do combate à doença através do incentivo ao esporte. "Hoje foi uma apresentação da ideia, o primeiro dia de trabalho. Semana que vem, vamos estudar mais iniciativas. Pretendemos visitar comunidades carentes, levar informações sobre a doença e ajudar a combater a tuberculose através do incentivo ao esporte. Eu já tinha um trabalho como esse nos Estados Unidos, ajudando no combate ao câncer, e agora quero ajudar aqui no Brasil", comentou Baby, que vem desenvolvendo projetos junto com o Centro de Promoção da Saúde (Cedaps). Também estiveram presentes ao encontro representantes do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério Público Estadual, da Vigilância Epidemiológica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde do estado e do Programa de Controle da Tuberculose no Município do Rio.

 

Fonte: Alerj