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Jogos Paralímpicos Rio 2016 terminam com muita música e consagração dos cariocas como anfitriões

 Fotos: Beth Santos e J.P.Engelbrecht

 

Uma síntese do espírito de diversidade e superação que esteve presente nos 11 dias de Jogos Paralímpicos Rio 2016 marcou a Cerimônia de Encerramento do maior evento paradesportivo do planeta. Às 22h22 de domingo (18/09), a Chama Paralímpica das piras no Estádio do Maracanã e na Candelária foi apagada, dando fim aos Jogos.  Diferentemente da Cerimônia de Abertura, quando as delegações entraram em campo em desfile, desta vez, quando a festa começou, elas já faziam parte de uma grande plateia no gramado do Maracanã. Os Batuqueiros do Silêncio, grupo de percussão formado por jovens surdos de Recife, acompanharam a cantora Gaby Amarantos na contagem regressiva que foi finalizada com um grande show de fogos e deu início à cerimônia, mais uma vez organizado por Vik Muniz, Marcelo Rubens Paiva e Fred Gelli.

 

 

 

No telão, uma reprodução do Google Tradutor, com a sua conhecida voz, deu as boas-vindas aos espectadores e atletas presentes no estádio em inglês e português. As traduções ocorreram durante toda a cerimônia. Um grupo de cadeirantes logo tomou conta do palco e fez acrobacias ao som de metais de Armandinho, Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, e Johnatha Bastos, guitarrista que toca o instrumento com o pé.

 

 

O tenor Saulo Laucas, que tem deficiência visual, foi o responsável por cantar o Hino Nacional durante o hasteamento da bandeira brasileira, que foi levada ao palco por bombeiros do 3º Grupamento Marítimo de Copacabana. Eles fazem parte do projeto Praia para Todos, que dá acessibilidade a deficientes nas praias do Rio de Janeiro.

 

 

 

As 160 bandeiras dos países que participaram dos Jogos Paralímpicos entraram em campo levadas por um atleta de cada delegação. A brasileira foi aplaudida de pé pela plateia quando entrou no gramado conduzida por Ricardinho, atleta e autor do gol que deu a medalha de ouro e o tetracampeonato para o Brasil no futebol de 5, para cegos.

 

 

Em uma celebração à biodiversidade, a Nação Zumbi levou o som do maracatu para o Maracanã, que foi iluminado de verde e recebeu projeções da flora brasileira nos telões. O grupo de Pernambuco animou o público com clássicos como “Maracatu Atômico” e “Quando a maré encher”.

 

 

Já no embalo de festa, Vanessa da Mata representou Clara Nunes cantando “Conto de Areia”, além de músicas próprias, e foi seguida por Céu. A cantora paulista mostrou sua tradicional mistura de estilos e cantou “Baião de Penha”, “Varanda Suspensa” e “Os Grilos”. Diante do grande show que se formou, os atletas quebraram o protocolo e chegaram a sair da área das delegações, dançado e dando voltas no estádio.

 

 

Durante a cerimônia, o prêmio Whang Youn Dai foi dado aos atletas Ibrahim Al Hussein, da Síria, e Tatyana McFadden, da Rússia. O prêmio é entregue desde Seul (1988) pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) para os atletas que melhor exemplificam o espírito e os valores olímpicos.

 

 

Os voluntários dos Jogos Paralímpicos também foram homenageados, assim como no encerramento dos Jogos Olímpicos. Desta vez foi o cantor Saulo Fernandes o responsável pela homenagem. Ele cantou “One love”, de Bob Marley, ao lado de representantes dos voluntários.

 

 

Ao som do Hino Paralímpico, a bandeira paralímpica foi recolhida e entregue pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ao presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Philip Craven. Das mãos dele, a bandeira foi passada a Yuriko Koike, governadora de Tóquio, próxima sede dos Jogos. A bandeira do Japão foi hasteada pelos guardas municipais Rogério Pereira, Charles Rosa de Souza, Marcia Regina Forastieri e Marcela Ferreira. Foi então a vez de o país levar para o palco projeções e tecnologia como suporte para apresentações de música e dança. Artistas deficientes fizeram coreografias representando a cultura pop japonesa e convidaram os espectadores a participarem dos Jogos Tóquio 2020.

 

 

Um vídeo no telão fez um resumo do que foram os Jogos Paralímpicos Rio 2016, o primeiro realizado na América do Sul, e agradeceu ao Time Rio 2016. Na sequência, o ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, que morreu após se acidentar na prova de ciclismo de estrada, foi lembrado e homenageado com um minuto de silêncio.

 

 

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, agradeceu aos cariocas pela recepção. Segundo ele, o povo brasileiro mostrou responsabilidade, coragem, garra e muita determinação na realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

 

 

– Mostramos também a nossa criatividade e talento, contagiamos a todos com a paixão de vocês. A nossa torcida, a melhor torcida do planeta é carioca. Nos entregamos de corpo e alma e, acima de tudo, renovamos o nosso orgulho de ser brasileiros – disse Nuzman.

 

 

O presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Philip Craven, também agradeceu aos brasileiros. Para ele, a paixão da torcida inspirou os atletas a superar obstáculos e quebrar recordes.

 

 

– A memória mais preciosa desses Jogos é a lembrança de vocês, os fantásticos cariocas – disse Craven, que anunciou que o Rio será agraciado com a maior honraria da ordem paralímpica pela recepção aos Jogos.

 

 

 

Com o fim dos discursos, a música voltou a tomar conta do Maracanã e, mesmo sob chuva, manteve a animação do público e dos atletas. Além do axé de Saulo Fernandes, o Dream Team do Passinho, Nego do Borel e Gaby Amarantos não deixaram os atletas e os espectadores parados. O cantor britânico Calum Scott fez coveres de Rihanna e de Robyn e o Maracanã foi iluminado pelas luzes de celulares do público, que acompanhou as músicas “Diamonds” e “Dancing on my own”.

 

 

Se a chama dos Jogos Olímpicos foi apagada com água, a dos Jogos Paralímpicos foi extinta por um vento simbólico de 300 cata-ventos que foram levados ao palco enquanto Ivete Sangalo cantava “A Paz”, de Gilberto Gil. A cantora baiana também se juntou a Calum Scott para apresentar a música tema das Paralimpíadas e foi a responsável por encerrar a despedida dos Jogos Paralímpicos Rio 2016.