Chegou ao fim, neste domingo, dia 13/12, a primeira edição dos Jogos Sul-americanos de Praia, evento esportivo que reuniu 15 países para a disputa de nove modalidades, em Montevidéu e Punta del Este. O Brasil, representado por 91 atletas, foi o grande vitorioso do evento. Ao longo dos 10 dias de competição, o Time Brasil conquistou 25 medalhas, sendo 12 medalhas de ouro, seis de prata e sete de bronze. A Argentina ficou em segundo, com 22 medalhas, sendo nove de ouro e a Venezuela em terceiro, com oito medalhas no total, sendo duas de ouro. No ultimo dia de competições, o país conquistou quatro ouros, dois no surfe, um na vela, um no rúgbi feminino e um bronze, na maratona aquática.
O chefe da delegação brasileira nos Jogos Sul-americanos de Praia Bernard Rajzman aprovou o desempenho dos atletas do Brasil na competição. “Avalio a participação brasileira neste evento continental de forma muito positiva. Trouxemos para o Uruguai equipes jovens, com talentos que podem despontar num futuro próximo. Além disso, conseguimos alcançar nosso objetivo que era o primeiro lugar no quadro de medalhas. Os Jogos foram uma ótima oportunidade para iniciarmos um caminho para a formação de uma equipe de alto nível, visando os Jogos Olímpicos de Londres 2012”, comentou.
O evento reuniu esportes olímpicos, como a vela, que neste domingo levou mais uma medalha de ouro. Desta vez, na classe snipe, com Juliana Poncioni Motta e Viviane Beghin. As brasileiras ficaram na segunda colocação nas duas regatas do dia, o que garantiu a vitória na competição. “Esta foi a primeira competição que participamos com uma delegação formada pelo Comitê Olímpico Brasileiro. O nível do torneio foi mais alto do que imaginei. O barco uruguaio era forte, mas a medalha só confirmou nossa hegemonia na América do Sul. A nossa classe é muito forte nas Américas e isto nos puxa para cima”, comentou Juliana, de 22 anos, que ao lado da parceira ficou em terceiro no Mundial de 2008, em Almeria, na Espanha.
Por outro lado, os Jogos Sul-americanos de Praia foram uma oportunidade de esportes que não fazem do programa olímpico participarem de uma competição com a chancela do Comitê Olímpico Internacional (COI). Este é o caso do surfe, que no ultimo dia de evento trouxe para o Brasil duas medalhas de ouro, uma no Tag Team (competição por equipes) e outra no Air Show (melhor aéreo), com Gabriel Medina, de 16 anos. “Essa competição foi muito importante para o surfe nacional. Não foi um campeonato individual, como habitualmente é na nossa modalidade. Nos sentimos orgulhoso de ajudar o Brasil no quadro de medalhas. Agradecemos o COB por toda a estrutura oferecida aos nossos atletas. Isso foi fundamental e serve de exemplo para nossa modalidade”, comentou Otoney Xavier, treinador da seleção brasileira.
Na maratona aquática, em prova de 10 km, Matheus Evangelista, conquistou o bronze de forma inesperada, já que o outro brasileiro, Victor Simões, ficou na segunda colocação na maior parte do percurso, mas a poucos metros do fim sentiu os efeitos da longa prova e do mar gelado e perdeu força. Assim, Matheus e o venezuelano Edwin Maldonado, medalha de prata, o ultrapassaram. Com muita persistência, Victor terminou na quarta colocação, com um princípio de hipotermia.
O atleta foi prontamente atendido pelos médicos e já passa bem. “Foi uma prova difícil, desgastante e a terceira colocação me deixa satisfeito. A água estava muito fria e com a prova longa, com ocorreram muitas mudanças de ritmo, ficando complicado de alcançar os líderes”, avaliou Matheus Evagelista. O ouro foi para o argentino Damian Brown. No feminino, a vitória foi venezuelana, com Patrícia Maldonado, seguida de Antonela Bogarin, da Argentina e Kátia Barros, do Equador. A brasileira Catarina Ganzeli ficou em sétimo e Fernanda Motta abandonou na metade do percurso.
Em Montevidéu, a seleção feminina de rúgbi de praia confirmou o favoritismo e levou o ouro, após derrotar o Uruguai por 3 a 1. No masculino, o Brasil perdeu para os donos da casa por 6 a 4 e ficou na quarta colocação da competição. “Foi emocionante ver as atletas de rúgbi chorando ao ouvir o hino nacional. Isso mexe com qualquer um”, afirmou o chefe da delegação brasileira Bernard Rajzman.
A primeira edição dos Jogos Sul-americanos de Praia exigiu um planejamento especial por parte do COB, já que algumas modalidades foram adaptadas para a praia e outras, como o surfe, não integram o programa olímpico. “Acolhemos muito bem as modalidades não olímpicas e acredito que tenha sido uma ótima experiência para todas elas ver como funciona uma delegação organizada pelo COB. Procuramos proporcionar aos atletas as melhores condições para que competissem com a tranquilidade necessária”, afirmou Bernard. Já para modalidades como o triatlo, o vôlei de praia e a maratona aquática, a competição fez parte da preparação para os Jogos Olímpicos de Londres 2012. Em março de 2010, o Brasil participará dos Jogos Sul-americanos, em Medellín, e em 2011 dos Jogos Pan-americanos de Guadalajara, no México.
Com competições em Montevidéu e Punta del Este, os Jogos Sul-americanos de Praia tiveram a disputa de nove modalidades: Handebol de praia, futebol de praia, rúgbi e vôlei de praia foram disputados em Montevidéu, enquanto esqui aquático, maratona aquática, surfe, triatlo e vela serão em Punta del Este. O fitness foi disputado como modalidade-exibição nas duas sedes. O COB enviou 91 atletas para representar o Brasil em todas as modalidades do evento, promovido pela Organização Desportiva Sul-americana (ODESUR). A delegação brasileira foi composta por 132 pessoas. Em Montevidéu, todas as competições foram disputadas em uma arena especialmente construída para o evento, com capacidade para 2.700 pessoas, na praia de Pocitos. As provas de Punta del Este foram realizadas nas praias de Montoya, Maldonado e Mansa.
Fonte: COB