O novo traçado da Linha 4 do Metrô, que ligará a Zona Sul à Barra da Tijuca, foi um dos principais assuntos tratados, ontem (30/03), durante audiência pública da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). De acordo com o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, as mudanças que aconteceram no trajeto beneficiarão um número maior de pessoas, fazendo com que o tempo de viagem seja menor e possibilitará a cobrança de uma passagem mais barata.
Para os deputados da Alerj, as novas informações ainda provocam muitas dúvidas.
— Queremos o aprofundamento deste trabalho, pois, no papel, tudo é bonito. Penso que uma simulação computadorizada seria ideal para esclarecermos todas as nossas dúvidas e vermos se o projeto tem realmente condições de dar certo — argumentou o presidente da comissão, deputado Marcelo Simão (PHS).
Membro suplente da comissão, o deputado Luiz Paulo (PSDB) concordou com a ideia da simulação e acrescentou que ela comprovaria ou não a segurança nos intervalos reduzidos entre os trens da Pavuna à Barra, por exemplo.
— Ainda é preciso analisar os impactos que as novas estações vão provocar para estes bairros. Tivemos representantes de associações de moradores de vários locais nesta reunião e eles expuseram as contradições. A simulação tornaria o projeto mais inteligível à sociedade — afirmou o tucano.
A vereadora Aspásia Camargo (PV), que compareceu à reunião, também requisitou a projeção que, segundo ela, solucionaria a equação matemática dos impactos das obras na população.
— Sou cautelosa no que diz respeito ao sucesso do projeto. Porém, como representante do PV, ficaria feliz com a possibilidade de reduzir o número de veículos circulando nas ruas — afirmou.
O diretor de Engenharia do Metrô, Bento Lima, acatou a ideia dos parlamentares e acrescentou que a simulação computadorizada é necessária e que a concessionária ajudará a Secretaria de Transportes no que for preciso para a elaboração e o fornecimento de dados de pesquisas e estudos para tal fim.
Ao responder a um questionamento do deputado Luiz Paulo sobre o alto custo das obras (cerca de R$ 2,8 bilhões) Lima argumentou que o valor deve-se às dificuldades nas escavações e instalações.
— Nem sempre o lugar mais fácil de implantar o metrô é o de maior demanda de consumidores. A grande parte dos recursos será obtida através da venda de terrenos da empresa. Se a legislação municipal que proíbe a edificação nos terrenos do metrô for derrubada, o valor de venda aumentará — acrescentou.
Investimento do Governo Federal
O secretário estadual Julio Lopes revelou que, devido à confirmação do Rio de Janeiro como uma das sedes da Copa de 2014, o Governo Federal também investirá recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas obras do metrô, não apenas na construção da Linha 4, mas também na extensão da Linha 1.
— As obras vão melhorar a mobilidade da cidade durante o evento e ajudará, posteriormente, na candidatura do Rio para as Olimpíadas de 2016 — justificou.
Lopes informou ainda que o novo traçado da linha que levará o metrô à Barra terá 13,5 quilômetros, seis estações, beneficiará 240 mil passageiros ao dia e terá passagens ao custo de R$ 2,80 (o mesmo valor que as passagens das demais linhas passarão a ter a partir do próximo dia 2 de abril).
Participaram da audiência os deputados federal Otávio Leite (PSDB-RJ) e Rodrigo Dantas (DEM), a vereadora Andréa Gouvêa Vieira (PSDB), o subsecretário estadual de Transportes, Delmo Pinho e representantes das associações de moradores da Zona Sul e da Barra da Tijuca.
Fonte: Alerj