O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o escritor e ex-ativista político italiano Cesare Battisti deveria encerrar a greve de fome porque não é o momento para esse tipo de “pressão”. Lula afirmou que sua decisão em relação ao caso Battisti já está tomada, mas não quis adiantar qual é.
"Eu já tenho [a decisão]", disse Lula aos jornalistas, que insistiram em saber qual era a definição: "Não posso. Só posso me manifestar nos autos do processo". Preso na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, Battisti está em greve de fome desde o dia 13 deste mês.
“Já disse para ele [Battisti]: pare com a greve de fome, porque eu já fiz greve de fome e é um ato de desespero ou de ignorância, eu jamais faria outra vez. Isso não ajuda a ele, nós não estamos mais no momento de ficar recebendo esse tipo de pressão”, disse o presidente, em entrevista às rádios Metrópole e Excelsior, de Salvador .
O presidente manifestou tranquilidade em relação ao caso: “Estou muito tranquilo, porque quem já passou pelo que já passei, já fez o que eu fiz, não vai ficar preocupado com o caso Battisti. É mais um caso.”
Na última quarta-feira (18), por maioria de votos, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) posicionaram-se a favor da extradição do italiano. Em seguida, o STF decidiu deixar para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a palavra final sobre a extradição do italiano. O Supremo entendeu, por 5 votos a 4, que Lula não precisa seguir a decisão da Corte em casos de extradição.
Na entrevista, os radialistas perguntaram se Lula achava certo o Supremo ter jogado em seu colo "um abacaxi" (decisão sobre o caso Battisti), e o presidente respondeu: "Sou bom de colo. Criei cinco filhos aqui, sentados no meu colo. Só estou aguardando que o tribunal entenda o que ele decidiu." Lula disse que, assim que o STF fizer sua comunicação, vai "sentar tranquilamente" e tomar sua decisão. "E o mundo inteiro vai saber o que decidi. Só estou esperando o tribunal."
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália, em 1993, acusado de quatro assassinatos. Exilado, viveu na França e no México e veio para o Brasil, onde foi preso em 2007. Em janeiro, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio político a ele.
Fonte: Agência Brasil