Em discurso no domingo na Câmara de Comércio e Indústria de Riad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma convocação para que os países em desenvolvimento, como o Brasil, a China e a Arábia Saudita, usem mais suas reservas de dinheiro para impulsionar os setores produtivos.
– Em vez de a gente ficar com o dinheiro paralisado recebendo o rendimento dos títulos americanos, se nós construirmos fábricas, se nós investirmos em ciência e tecnologia, se nós fizermos universidades, se nós investirmos na produção de alimentos, certamente daqui a 20 ou 30 anos a Arábia Saudita e o Brasil serão infinitamente melhores do que são hoje – afirmou.
O Brasil, segundo Lula, “tem pouco, tem apenas US$ 200 bilhões de reservas, mas a Arábia tem muito, a China tem muito.”
Durante a visita à Câmara de Comércio, seis acordos de cooperação foram firmados entre empresas e associações dos dois países. Um deles envolve a Petrobras e uma holding saudita para a produção de um derivado do petróleo conhecido como coque verde, menos poluente, usado principalmente em termelétricas e na fabricação de alumínio. Outra parceria entre empresas dos dois países prevê o investimento de US$ 100 milhões na fabricação de insulina humana na Arábia Saudita.
Cerca de 50 representantes empresariais acompanham Lula nessa viagem de dois dias à Arábia Saudita, que termina nesta noite, com o embarque da comitiva presidencial para a China. Os empresários brasileiros estão de olho nos projetos de infraestrutura e construção civil em andamento no Golfo Pérsico, que podem movimentar até US$ 2 trilhões. Na Arábia Saudita, seriam de US$ 500 bilhões a US$ 600 bilhões, incluindo a construção de seis cidades inteiras para funcionar como pólos de desenvolvimento.
Na noite de sábado, o presidente foi recebido no Palácio Real pelo rei Abdullah bin Abudullah Aziz al Saud, que distribuiu presentes a dez adolescentes de Santa Catarina. Eles estão em Riad em intercâmbio cultural, a convite da família real, que já doou US$ 5 milhões para a construção de casas destinadas às vítimas das enchentes no Estado.
Fonte: Correio do Brasil