“Parabenizo o Ministério do Desenvolvimento Agrário e todos os envolvidos com o Mais Alimentos pelo sucesso do Programa.” A afirmação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (18), durante a apresentação balanço do Mais Alimentos feita pelo ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Guilherme Cassel.
Em apenas dez meses, o Mais Alimentos financiou mais tratores do que em 15 anos de Pronaf. De julho de 2008 a maio deste ano, foram comercializados, por meio do Programa criado pelo MDA para modernizar a infraestrutura produtiva das unidades familiares, 11 mil equipamentos de até 78 cavalos. Diante do resultado, o presidente pediu que a indústria faça mais publicidade do Programa e disse que quer ver o Mais Alimentos financiando 300 mil máquinas e 100 mil tratores.
O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, definiu o Mais Alimentos como a mais bem sucedida parceria entre governo, indústria e movimentos sociais. E acrescentou: “Foi uma medida rápida e contundente para empurrar a cadeia produtiva. O Programa provocou uma revolução silenciosa no campo”.
“O Mais Alimentos aumentou a produção e a autoestima do agricultor familiar, que agora tem acesso a tratores e máquinas que antes só os ricos podiam comprar”, reforçou o presidente da Contag, Alberto Broch. Elizangela Araújo, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, destacou a atuação do MDA, e o vice-presidente da Abimac, João Carlos Marchesan, pediu que o Programa seja mantido. O ministro da Agricultura Reinhold Stephanes disse que o Pronaf é o mais importante Programa de agricultura familiar que conheceu em mais de quarenta anos de trabalho com a agricultura.
Mais empregos
Em 2002, tratores de até 78 cavalos (objeto do Mais Alimentos) representavam 37% do total produzido no Brasil. Hoje, chegam a 75%. De todos os tratores produzidos no Brasil de janeiro a maio de 2009, 61% foram comercializados por meio do Mais Alimentos. Ou seja, a cada cinco tratores, três são vendidos por meio da linha de crédito. No mesmo período, houve queda de 60% na comercialização de tratores com potência superior a 78 cavalos.
Os reflexos do Mais Alimentos vão além da modernização da infraestrutura produtiva da agricultura familiar, que responde por 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Atualmente, cerca de 2,3 mil empregos da indústria de tratores são mantidas pelo Programa, o que corresponde a 41% da mão-de-obra do setor. O Programa também motivou empresas a nacionalizar componentes para se enquadrarem aos critérios do Mais Alimentos, gerando mais empregos brasileiros no setor.
Em um momento de retração geral do crédito, as linhas de investimento do Pronaf aumentaram para R$ 4 bilhões, o maior volume da sua história. Este investimento serviu de base para o melhoramento genético com aquisição de matrizes, correção de solo, construção de agroindústrias e aquisição de máquinas e equipamentos.
Assistência Técnica
O investimento é qualificado pelo trabalho da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), que auxilia, sem custos, o agricultor a elaborar projetos produtivos. O desafio do Mais Alimentos de levar massivamente conhecimento à agricultura familiar resultou na realização de 1.628 atividades de disponibilização de tecnologias em leite, milho, mandioca, feijão, arroz, trigo, café, frutas, olerícolas, soja, suínos e pequenos animais e aves. Hoje, mais de 23 mil técnicos de 459 instituições credenciadas estão diretamente envolvidas neste processo, garantindo assistência técnica a 1,2 milhão de agricultores familiares.
Produtividade cresce
O resultado destas ações é o incremento da produtividade na safra 2008/2009, que termina no final de junho. Em mais de um milhão de propriedades assistidas pela assistência técnica, foi registrado aumento de 18,25% na produção de leite; 13,4% na de mandioca; 9,3% na de milho; 8,9% na de feijão; 7,6% na de café; 6,3% na de arroz; e 5,4% na de trigo.
Apenas nestes sete produtos, o crescimento da produção da agricultura familiar foi de 7,8 milhões de toneladas. O resultado é mais expressivo se considerado que a produção geral destes produtos no País recuou 5%.
O aumento da produtividade foi respaldado pelas políticas públicas do governo federal de apoio à comercialização. Mais de R$ 500 milhões foram executados nas modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos. Além disto, outros R$ 590 milhões estão previstos para a compra de produtos da agricultura familiar em 2009.
O Programa
O Mais Alimentos foi a resposta do Governo Federal a crise que sacudiu os mercados globais no primeiro semestre de 2008, quando os preços dos alimentos dispararam por conta de fatores como redução de estoques, aumento da demanda nos países em desenvolvimento, fatores climáticos, produção de etanol a partir de milho, alta do preço do petróleo e especulação financeira com comodities agrícolas.
Uma das medidas estruturantes do Programa foi o Pronaf Mais Alimentos, linha de crédito para investimentos de longo prazo na modernização da infra-estrutura de unidades familiares. Além da compra de máquinas e equipamentos, o Mais Alimentos contempla ações como correção de solos, irrigação, plasticultura, armazenagem, melhoria genética e formação de pomares e de sistemas agroflorestais.
O limite de crédito por agricultor é de R$ 100 mil, que podem ser pagos em até dez anos, com até três anos de carência e juros de 2% ao ano. Os financiamentos contemplam projetos associados à produção de arroz, feijão, milho, mandioca, trigo, hortigranjeiros, leite, castanha, caprino, ovinos, café, gado para abate, suínos e aves.
O alcance desta iniciativa foi ampliado pelo acordo firmado pelo MDA com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e Sindicato das Indústrias de Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers). Eles garantiram descontos de até 17,5% nos preços dos tratores da linha agricultura familiar e de até 15% nos de máquinas, implementos e equipamentos agrícolas.
Fonte: MDA