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Mais de 100 milhões de meninas são exploradas

O dia 12 de junho não marcou somente a data do romance dos namorados. É também o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil e décimo aniversário da convenção número 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a eliminação das piores formas de exploração infantil. A OIT divulgou a pesquisa ‘Dê uma Oportunidade às Meninas. Combater o trabalho infantil, uma chave para o futuro’, que traça o cenário que a crise financeira global provocou, ameaçando os resultados positivos do combate aos abusos contra meninos e meninas.
Mais de 100 milhões de meninas trabalham em todo o mundo e cerca de 53 milhões são vítimas de exploração sexual comercial, em regime de servidão. Do total de garotas que trabalham, 20 milhões têm menos de 12 anos e 32,3 milhões estão na faixa de cinco a 14 anos. No setor de serviços, que inclui crianças no trabalho doméstico, elas representam 30% do total, e na indústria, 9%. Uma das trágicas conclusões do relatório menciona o perigo de aumento do trabalho infantil de meninas, porque, em muitos países, as famílias priorizam os meninos quando se trata de educação.
“Nas culturas nas quais se dá mais valor à educação das crianças do sexo masculino, as meninas correm o risco de serem retiradas da escola e ficam mais vulneráveis para entrar no mercado de trabalho em uma idade precoce”, diz o estudo. Diretor-Geral da OIT, Juan Somavia afirma que houve progressos reais na redução do trabalho infantil. — As políticas para enfrentar a atual crise serão um teste em nível nacional e mundial para avançar ainda mais nesta luta — defendeu.
Segundo a OIT, grande parte do trabalho das meninas fica oculto. Elas representam o maior número de crianças em trabalho doméstico em lares de terceiros e vítimas de abusos. Mesmo em suas casas, desempenham tarefas domésticas com muito mais frequência que os meninos. Além disso, o trabalho representa “dupla carga”, que aumenta o risco de abandono da escola.
“Em muitas sociedades, as meninas estão em posição inferior e vulnerável e são mais suscetíveis à falta de educação básica. Esta situação limita seriamente suas oportunidades futuras”, prevê o relatório.
Dez por cento da população mundial são de analfabetos e quase duas de cada três pessoas são do sexo feminino. Outro dado é que 55% das crianças em idade escolar que não estão matriculadas na escola são do sexo feminino.

Fonte: Organização Internacional do Trabalho