O Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (SEDEIS), apresentou, na última segunda-feira (17/8), laudo técnico preliminar de vistoria aos secretários municipais de Defesa Civil, Meio Ambiente e Obras de Maricá, sobre o escorregamento em Itaipuaçu, ocorrido na semana passada.
Diante da análise de risco, o laudo preliminar dos geólogos Luis Gomes e Claudio Amaral, coordenador do Núcleo de Prevenção e Análise de Desastres Naturais do Estado do Rio de Janeiro, sugere a manutenção da interdição de todas as moradias da área sinistrada até a execução de medidas corretivas contra a ocorrência de novos desplacamentos de rocha; a ampliação do trecho interditado da Estrada de Itaipuaçú em mais 20m, entre as ruas 28 e 43; e a imediata e urgente execução de obras de contenção, acompanhadas da limpeza e remoção de blocos e lascas rochosos instáveis localizados no topo da Pedra de Itaocaia.
Segundo Amaral, que realizou vistoria na área no fim de semana, o mecanismo da ruptura de lascas rochosas em períodos sem chuva, como o registrado antes do acidente, está associado, como já demonstrado por pesquisas acadêmicas recentes, à variação térmica. Ou seja, em dias com radiação solar intensa, seguidos por noites relativamente frias, ocorre a propagação de fissuras e pequenas fraturas nos maciços rochosos, o que leva à formação de uma superfície de ruptura inicial e ao deslocamento em série das rochas que se desfazem como “cascas de cebola” e dos blocos rochosos que se apóiam ou estão conectados a elas, num processo tipo “castelo de cartas”, contínuo e muito rápido.
Na última quinta-feira, dia 13, aconteceu um escorregamento de rocha na Pedra de Itaocaia, na altura do km 6 da Estrada de Itaipuaçu, em Maricá. O movimento de blocos e lascas rochosos, com volume de 3.000 m3, atingiu as construções localizadas ao pé da encosta e um trecho de 30m da via, deixando duas vítimas e grandes prejuízos materiais.
-A Defesa Civil de Maricá teve uma ação pós-desastre exemplar, interditando todas as moradias e um trecho de 100m da Estrada de Itaipuaçu. Com as evidências coletadas na área, com base no relato dos técnicos da Defesa Civil, sobre a ocorrência de “estalos” durante as 12 horas precedentes, é possível definir a situação como de altíssimo risco associado a novos deslocamentos de rocha na Pedra de Itaocaia – explicou Claudio.
Novas vistorias da equipe do Serviço Geológico do Estado estão programadas para esta semana, para que seja feita a topografia básica da área e novos levantamentos geológicos, o que resultará em um relatório geotécnico mais aprofundado, que servirá de orientação aos trabalhos de correção a serem realizados.
Fonte: Governo do Estado do Rio