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Memórias de um Forest Gump às avessas

Você já ouviu falar em Carlos Marques? Pois você não é o único: quase ninguém ouviu falar dele. E, no entanto, ele esteve envolvido com alguns dos acontecimentos mais marcantes do século XX, no Brasil e no mundo, e foi amigo de celebridades como Salvador Dalí, Jean Genet, Pelé, Fidel Castro, Khrishnamurti, João Paulo II e Dilma Rousseff, entre muitas outras. 

 

 

A vida de Carlos Marques lembra muito a de um personagem de romance picaresco. Depois de uma infância paupérrima em Jaboatão dos Guararapes, PE, onde brincava com os ossinhos dos irmãos mortos enterrados no jardim, Carlos torna-se repórter graças à influência do poeta Ascenso Ferreira, envolve-se com movimentos sociais e acaba discípulo do educador Paulo Freire. Quando sobrevém o Golpe de 64, ele é preso e torturado por causa de sua associação com Freire; posteriormente é obrigado a fugir do Brasil e exilar-se em Paris. De repórter da revista Manchete tornou-se cineasta, com um filme premiado no Festival de Veneza, e  compositor.

 

 

No brinde um CD com 17 das composições desse homem polivalente e  inacreditavelmente cara de pau.  Uma das proezas mais surreais deste indivíduo sem instrução e sem um vintém foi ter sido convidado por Sua Santidade, o papa João Paulo II, a passar uma semana em Castel Gandolfo, a residência papal de verão. Marques conseguiu ser hóspede em palácios reais, hotéis cinco estrelas, e, feio como sempre foi, relacionou- se com duas misses, sendo que uma se matou e a outra se casou com ele.

 

O personagem principal de Lá Sou Amigo do Rei difundiu o Santo Daime entre a classe artística brasileira, não a comum, e sim figuras do quilate de Caetano Veloso e Gilberto Gil, sendo até lembrado na autobiografia de Veloso em relação a esse fato inusitado. Não contente com isso, ainda botou fogo na rivalidade entre as musas da MPB, Elis Regina e Nara Leão, irritou  Juscelino Kubitschek e foi parar nos confins da Amazônia à procura de uma cidade perdida.

 

 

Carlos obteve ainda fama de especialista em discos voadores, tendo sido até convidado para falar na TV argentina sobre o tema. Almoçando com os militares e jantando com os  revolucionários,  temendo ser acusado de subversivo por aqueles e de espião por estes, acabou de novo preso e torturado, chegando a recorrer ao suicídio, na primeira das duas vezes em que tentou pôr fim à própria vida.

 

 

O final da sua jornada foi triunfante: ele chegou a embaixador da Unesco por mero acidente e, mais uma vez, graças à sua falta de vergonha em se arriscar, apanhando qualquer  oportunidade à sua frente. No entanto, ao contrário de Forrest Gump, um idiota que ficou milionário e famoso, Carlos Marques, um sujeito muito esperto, voltou ao Brasil como partiu: desconhecido e sem um tostão, mas com histórias excelentes na bagagem e sem  constrangimento algum em narrar a sua condição de um sujeito que, embora sem eira nem beira, aproveitou a vida ao máximo, graças ao seu talento magistral para se virar.

 

 

“Alguém muito importante, não direi quem, disse a Carlos que este seu livro devia ser adotado no Itamaraty, para que os diplomatas pudessem exercer com mais competência as suas  funções. Eu digo mais: este livro tem que ser lido por qualquer um e por todos, pois se trata de  uma extraordinária lição de vida. A história de alguém que, por muito amar a vida, viveu-a plenamente, sem se dar conta do que fazia — história, simplesmente. E que história!” Luiz Fernando Emediato

 

“Clara, para mim, era a sua qualidade de repórter- furão. Ele poderia ter sido um desses  repórteres que fazem o folclore do gênero. Difratava-se, porém, que nem bolinha de mercúrio, garantido pela talentosa vocação de factotum, que reconhece como sua.” Muniz Sodré

 

 

“E aos que perguntarem se é verdade tudo o que contei, darei a resposta de Marco Polo, quando questionado se todas as coisas extraordinárias e maravilhosas escritas no seu livro As viagens ocorreram mesmo: ‘Eu não contei nem a metade de tudo o que vi’.” Carlos Marques

 

Sinopse:
As fantásticas histórias de um repórter aventureiro, que enfrentou a ditadura militar, foi  torturado no Brasil e na Argentina, clandestino em Paris, amigo de celebridades  como Salvador Dalí, Jean Genet, Pelé, Khrisnamurti e João Paulo II, cineasta, músico, especialista em discos voadores, apóstolo predestinado do Santo Daime, embaixador da Unesco por acidente, e voltou ao país como partiu: quase anônimo e sem um tostão.

 

 


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