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Mostra Cinema Catalão

Pela primeira vez no Brasil, uma mostra é dedicada ao cinema produzido na região da Catalunha, Espanha. A Mostra Cinema Catalão, patrocinada pela Caixa Econômica Federal,  acontece na CAIXA Cultural Rio de Janeiro de 01 a 06 de junho e apresenta 15 filmes de diversos diretores – desde veteranos e reconhecidos como Joaquín Jordá, José Luis Guerin e Isaki Lacuesta, até jovens estreantes como Anna Sanmartí, Santiago Fillol e Lucas Vermal. A mostra é uma co-produção da Aroeira Filmes e da Pindorama Proyectos Culturales, com curadoria de Breno Fernandes e Mariona Tió, ambos residentes em Barcelona, e produção executiva de Patrícia Mourão.  

Apesar de constantemente associados ao documentário ou ao que comumente se chama na Espanha “cine de no-ficción”, os filmes escolhidos vão além da simples distinção entre cinema documentário e ficção, arriscando-se numa constante reflexão sobre os recursos cinematográficos. Bem diversos entre si, o que eles têm em comum é a aposta em novas formas de pensar e fazer filmes, distantes dos padrões comerciais da indústria do cinema. Ao abordar temas urgentes e polêmicos – tais como a imigração, a transformação modernizadora das cidades, a força transfiguradora da memória – evitam o lugar comum dos estereótipos numa abordagem sensível e criativa. Muitos dos filmes apresentados, apesar de inéditos no Brasil, já foram exibidos nos mais importantes festivais internacionais, tais como Veneza, Berlim, Cannes e Rotterdam.  

Boa parte da produção representada na mostra é fruto das chamadas escolas de  “documental de creación”, surgidas em Barcelona no final dos anos 90. A associação entre cineastas, escolas de audiovisual e produtores criou um ambiente propício à pesquisa e à produção cinematográfica, o que favoreceu o aparecimento de novos profissionais, ao mesmo tempo em que fortaleceu pequenas e médias produtoras. Estas, por sua vez, incentivaram o aparecimento de novos talentos e potencializaram esse circuito de ensino-produção-exibição, despertando a atenção de um público curioso e atento a um cinema que preza pelo experimentalismo e renovação da linguagem.  

José Luis Guerin, convidado especial da mostra, é um dos professores e realizadores de maior influência nesse contexto. Seu trabalho é referência para toda uma geração de cineastas. Na mostra, serão apresentados cinco de seus seis longa-metragens. Ele virá ao Brasil para apresentar seus filmes e participar de uma conversa com o público ao lado de Cao Guimarães, cineasta mineiro.  

SERVIÇO:

Mostra Cinema Catalão

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Cinemas 1 e 2
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro-RJ (Metrô: Estação Carioca)
Telefones: (21) 2544 4080
Datas: de 1 a 6 de junho de 2010.
Horários: consultar programação

Ingressos: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia entrada)

Classificação: não apropriado para menores de 16 anos

Acesso para portadores de necessidades especiais.

Programação completa: www.caixa.gov.br/caixacultural

Programação

Terça-feira  01/06

16h30  Cravan vs. Cravan, Isaki Lacuesta  2002, doc/fic, video 98’

18h30 Inisfree, José Luiz Guerín – Sessão apresentada pelo diretor – 1990, 35mm, doc, 110’

 Quarta-feira 02/06

17h Tren de sombras, José Luis Guerín 1998, 35mm, doc/fic, 80`

19h Más allá del espejo, Joaquim Jordà 2006, doc, vídeo, 115’

Quinta –feira 03/06

16h30 La terra habitada, Anna Sanmartí 2009, vídeo, doc, 71’

18h30 En construcción,  José Luís Guerín – Sessão apresentada pelo diretor – 2001, doc, vídeo, 125’

Sexta–feira, 04/06

17h El Sastre, Óscar Pérez  2007, doc, vídeo, 30’ Salve Melilla, Oscar Pérez 2006, doc, vídeo, 52`

19hs En la ciudad de Sylvia, José Luis Guerín 2008, 35mm, fic, 81`

Sábado, 05/06

15h30 De niños, Joaquin Jordà 2003, documentário, vídeo, 180

19h Unas fotos en la ciudad de Sylvia, José Luis Guerín – Sessão apresentada pelo diretor – 2007, vídeo, doc, 67’

 20h Mesa redonda com Cao Guimarães e José Luiz Guérin

 Domingo, 06/06
15h30 Ich bin Enric Marco, Santiago Fillol e Lucas Vermal, 2009, doc, vídeo, 86`

17h30 Paralelo 10, Andres Duque 2005, doc, vídeo, 26’ Ivan Z, Andres Duque 2004, doc, vídeo, 53’

19h30 La leyenda del tiempo, Isaki Lacuesta 2006, fic, vídeo, 110’

SINOPSES DOS FILMES

Classificação indicativa: Não apropriado para menores de 16 anos

INNISFREE

Espanha, França e Irlanda | 1990 | 35mm | cor | 110’

Direção, roteiro e montagem: José Luis Guerin

Assistentes de direção e montagem:

Manel Almiñana, German Lázaro

Produção: Paco Poch

Direção de fotografia: Gerardo Gormezano

Direção de arte: Sindria Segura

Som: Licio Marcos de Oliveira

Contato: Mallerich Films – [email protected]

Revisitando o passado e recorrendo à representação de  uma Maureen O’Hara imaginada, Innisfree explora as  diferenças entre o antes e o agora, de modo a traçar os interstícios entre a memória e a história, entre a  imaginação, a fantasia e a realidade e entre o cinema  narrativo clássico e o documentário observacional  contemporâneo.

TREN DE SOMBRAS

Espanha | 1997 | 35mm | pb e cor | 81’

Direção, argumento e roteiro: José Luis Guerin

Produção: Pere Portabella e Héctor Fáver

Direção de fotografia: Tomás Pladevall

Montagem: Manuel Almiñana

Elenco: Juliette Gaultier, Yvon Orvain, Anne Céline Auché,

Céline Laurent, Simone Mercier, Carlos Romagosa, Lola

Besses, René Flory, Marc Montserrat e Laetitia Andreu

Contato: Films 59 –  Pasqual Otal – www.pereportabella.com

Pouco tempo antes de desaparecer misteriosamente, em  1930, o cineasta francês Gerard Fleury filmou o cotidiano de uma família. Guerin faz uso das filmagens de Fleury  e constrói um filme em que o passado e o presente se  cruzam por entre as sombras dos fantasmas, um filme  que, antes de mais nada, é uma reflexão sobre o cinema,  sobre as diversas formas e manifestações do olhar e, em última instância, sobre a vida e a morte.

EN CONSTRUCCIÓN

Espanha | 2001 | cor | 35mm | 125’

Direção e roteiro: José Luis Guerin

Assistente de direção: Abel García

Direção de fotografia: Alex Gaultier

Produção executiva: Antoni Camín

Direção de produção: Joan Antoni Barjau

Montagem: Mercedes Álvarez e Núria Esquerra

Som: Amanda Villavieja

Contato: Ovídeo – [email protected]

 

Gravado ao longo de um ano e meio, acompanhando  o processo de construção de um imóvel no coração  do Barrio Chino, em Barcelona, o filme convida a  compartilhar a vida cotidiana dos habitantes desse  bairro, mostrando as relações que se estabelecem entre  a obra e sua vizinhança. Capta-se o desaparecimento  de um mundo: a destruição de velhos edifícios, a

partida de seus moradores e a construção de novas habitações modernas e caras, nas quais não poderão viver aqueles que as construíram. 

EN LA CIUDAD DE SYLVIA

Espanha e França | 2007 | 35mm | cor | 84’

Direção e roteiro: José Luis Guerin

Produção executiva: Luis Miñarro e Gaëlle Jones

Direção de produção: Nico Villarejo e Anne Bennet

Direção de fotografia: Natascha Braier

Direção de arte: Maite Sanchez

Montagem: Núria Esquerra

Som: Amanda Villavieja

Elenco: Xavier Lafitte, Pilar López de Ayala e Tanja Czichi

Contato: Eddie Saeta – [email protected]

 

Verão. Um jovem estrangeiro vagueia pelas ruas, observando e desenhando gestos e expressões captadas  ao acaso. Procura uma mulher que conheceu anos atrás,  cuja lembrança gravita sobre a cidade. Essa procura lhe  conduz a outra mulher, que lhe conduz a outra… sempre sob a invocação da ausente.

 

UNAS FOTOS EN LA CIUDAD DE SYLVIA

Espanha | 2007 | vídeo | pb | 67’’

Direção e fotografia: José Luis Guerin

Produção e montagem: Núria Esquerra

Contato: Núria Esquerra – [email protected]

Diário filmado entre o verão e o outono de 2004. Um homem volta a Estrasburgo, cidade onde conheceu, 22 anos antes, uma mulher chamada Sylvia. Enquanto percorre uma vez mais as ruas da cidade, contempla as mulheres que cruzam o seu caminho e imagina que rosto terá hoje aquela garota. A procura o leva a outras cidades e, em todas, ele encontra novos rostos e novos signos a evocar a mulher ausente.

 

CRAVAN VS. CRAVAN

Espanha | 2002 | 35mm | pb e cor | 100’

 

Direção e roteiro: Isaki Lacuesta

Produção executiva: Paco Poch e Xavier Atance

Direção de fotografia: Gerardo Gormezano

Direção de arte: Mayte Sánchez

Montagem: Domi Parra

Som: Xavi Mas

Contato: Mallerich Films – [email protected]

 

Em 1918, o poeta e boxeador Arthur Cravan desaparece no Golfo do México sem deixar rastro. Mais de 80 anos depois, outro boxeador e artista, o diretor de cinema Frank Nicotra, tenta desvendar o mistério desse desaparecimento, percorrendo os passos de Cravan do México até Barcelona, onde ele disputou um lendário combate de boxe contra o campeão do mundo dos pesos pesados, Jack Johnson.

 

LA LEYENDA DEL TIEMPO

Espanha | 2006 | 35mm | cor | 109’

 

Direção e roteiro: Isaki Lacuesta

Assistente de direção: Abel García

Produtor associado: Pepón Siglér

Produção executiva: Paco Poch

Direção de fotografia: Diego Dussuel

Montagem: Domi Parra

Som: Amanda Villavieja

Contato: Mallerich Films – [email protected]

 

Isra é um menino cigano, que, depois da morte de seu pai, nunca mais poderá voltar a cantar, mesmo pertencendo a uma tradição de cantaores – cantores de flamenco. Ele vive sonhando em poder viajar para longe da ilha onde nasceu. Makiko, jovem japonesa, viaja até a Ilha de San Fernando a fim de tentar assimilar uma tradição e uma forma de entender a vida que lhe são totalmente alheias e com as quais espera poder afrontar as emoções que lhe desperta a doença de seu pai. Dois personagens que, ainda que não saibam, estão a ponto de converter-se em outras pessoas.

 

DE NIÑOS

Espanha | 2003 | 35mm | cor | 188’

 

Direção: Joaquín Jordá

Roteiro: Joaquín Jordá e Laia Manresa

Produção executiva: Isona Passola

Direção de produção: Aleix Castellón

Direção de fotografia: Carles Gusi (A.E.C.) e Enric

Daví (A.E.C.)

Montagem: Sérgio Dies

Som: Joan Quilis

Montagem e edição de som: Pere Aguilar

Contato: Lluis Ferrando – [email protected]

 

O desenrolar do julgamento de um grupo de acusados de pedofilia sacudiu a imprensa e as autoridades policiais da cidade de Barcelona no ano de 1997. Jordá nos apresenta um emaranhado de meias verdades, em que pais cúmplices, supostos pedófilos e a luta política entre vizinhos se misturam.

 

MÁS ALLÁ DEL ESPEJO

Espanha | 2006 | 35mm | cor | 114’

 

Direção: Joaquín Jordá

Roteiro: Joaquín Jordá e Laia Manresa

Produção executiva: Daria Esteva e Quique Camín

Fotografia: Carles Gusi Aec, Ricardo Iscar e Carla Subirana

Montagem: Núria Esquerra

Som: Dani Fontrodona

Contato: Ovídeo – [email protected]

 

O documentário nos introduz no mundo das agnosias e alexias, doenças cerebrais que provocam diferenças substanciais no entendimento do que chamamos “realidade”. O início de toda essa história foi um artigo do jornal El País. A reportagem narrava o caso de Esther Chumillas, de 18 anos, agnósica desde os 15 anos de idade, quando teve uma meningite mal diagnosticada. O diretor do filme, Joaquín Jordá – também um vitima da doença –, buscando entender esse mal, entra em contato com a menina, com quem estabelece uma relação de amizade.

 

SALVE MELILLA

Espanha | 2006 | dvcam | cor | 52’

 

Direção: Óscar Pérez

Roteiro: Óscar Pérez e María del Mar de Ribot

Produção: Óscar Pérez e Master em Documental

Creativo da Universidad Autónoma de Barcelona

Produção: María del Mar de Ribot

Montagem: Óscar Pérez e Martín Sappia

Contato: Óscar Pérez – [email protected]

 

Em Melilla, a Semana Santa é celebrada com a mesma entrega e esplendor que em qualquer outra cidade

espanhola, ainda que – antiga colônia – se encontre em solo africano. Cruz de Guía, o programa da televisão local que retransmite ao vivo as procissões da Semana Santa da cidade, converte-se em um acontecimento religioso, político e social; e tudo isso graças a um homem: Carlos Rubiales. O frio, a chuva, o cansaço e a incompreensão não são suficientes para deter essa particular cruzada de um homem só – o ritual de uma mecânica cultural entre o televisivo e o religioso.

 

EL SASTRE

Espanha | 2007 | dvcam | cor | 30’

 

Direção: Óscar Pérez

Produção e montagem: Óscar Pérez e Mia de Ribot

Contato: Óscar Pérez  – [email protected]

 

Mohamed, um alfaiate paquistanês, e Singh, o seu ajudante indiano, trabalham juntos em uma loja de 8m2 no coração do Raval, um dos bairros mais pobres de Barcelona. O dia a dia na alfaiataria é duro e difícil e a relação entre Mohamed e Singh se deteriora até tornar-se insuportável. Contraditoriamente, em um espaço tão reduzido, a solidão e o isolamento parecem ser o único destino possível nesse país estranho.

 

IVAN Z

Espanha | 2004 | dvcam | cor | 53’

 

Direção: Andrés Duque

Pós-produção: Martín Sappia

Gráficos: No-Domain

Contato: www.hamacaonline.net

 

Ivan Z registra o encontro do seu realizador com o cineasta Iván Zulueta, que, loquaz, lúcido e com certa inquietação, quebra o hermético silêncio em que se manteve durante anos. O documentário se centra no universo criativo de um diretor chave da vanguarda espanhola que fala sem rodeios dos fetiches e obsessões que alimentam o seu imaginário. O diálogo verbal e visual que Duque estabelece com Zulueta e os seus filmes acaba compondo um singular retrato que opera como um jogo de espelhos: à medida que dá as chaves da obra de Zulueta, também se mostra nela, revelando o caráter  autobiográfico da sua filmografia.

 

PARALELO 10

Espanha | 2005 | dvcam | cor | 26’

 

Direção, roteiro, produção e montagem: Andrés Duque

Fotografia: Sergi Vilanova e Andrés Duque

Som: Wyz

Narração: Marlon Manzano

Contato: www.hamacaonline.net

 

Em uma esquina de Barcelona, uma mulher filipina realiza todos os dias um ritual mágico-geométrico, cujo significado permanecerá oculto ao espectador. Há conexões por todas as partes, mas estão escondidas. Andrés Duque registra a sua coreografia íntima e, sem pretender explicar nada, sugere, com uma delicada leveza, possíveis sentidos e conexões.

 

LA TERRA HABITADA

Espanha | 2009 | hdtv | cor | 71’

 

Direção: Anna Sanmartí

Produção executiva: Marta Andreu

Direção de fotografia: Pau Mirabet

Montagem e som: Vep Culleré

Contato: Estudi Playtime – [email protected]

 

Começa a viagem. Para trás fica uma acumulação de sons e imagens, lugar onde as coisas vão perdendo o seu nome. Um trem nos leva longe: a Mongólia. Pelo caminho, rostos desconhecidos, novas melodias, gestos que se confundem com a paisagem. Encontrar-se em uma terra estranha, mover-se com ela. A cada passo, o destino se desvanece e nos compele a seguir, revelando o sentido que sempre esteve ali: uma terra que, desnudando-se, enche-se de si mesma e nos habita.

 

ICh BIN ENRIC MARCO

Espanha | 2009 | Vídeo | Cor |86’

 

Direção e roteiro: Santiago Fillol e Lucas Vermal

Produção executiva: Oriol Maymó e Víctor Font

Direção de fotografia: Marc Gómez del Moral

Montagem: Cristóbal Fernández e Sergi Dies

Som: Amanda Villavieja

Contato: Intermedio – [email protected]

 

O ex-presidente da principal associação espanhola de vítimas do holocausto, Enric Marco, empreende uma viagem desmitificadora ao seu passado. Dois anos antes, um historiador demonstrara que Marco não era o resistente que dizia ser e que as experiências dele em um campo de concentração, relatadas durante anos, eram inventadas. Agora, de carro, Marco percorre o mesmo trajeto que, em 1941 e a bordo de um vagão de carga, fez com outros trabalhadores que Franco enviava para Hitler.

 

 

Sobre os diretores

 

JoaquÍn JordÀ

Nasceu em Santa Coloma de Farners, Girona, no dia 09 de agosto de 1935. Formado em Direito pela Universidade de Barcelona, mais tarde se transferiu para a Escola de Cinema de Madrid. Em 1952, viajou para Paris, onde conheceu Éric Rohmer, François Truffaut, Claude Chabrol e Jacques Rivette e adquiriu a consciência política que foi traço marcante de sua obra. Em 1958, ingressou no Instituto de Investigações e Experiências Cinematográficas. Colaborou com as revistas Acento Cultural, Cinema Universitario e Nuestro Cine. Foi um dos fundadores da Escuela de Barcelona, movimento cinematográfico que surgiu como modo de resistir à censura do ditador Franco. No final dos anos sessenta, diante de dificuldades econômicas e políticas,  foi morar na Itália, onde permaneceu até 1973. Lá realizou filmes militantes e alternativos, como Lenin vivo e I tupamaros ci parlano. Ao voltar para Espanha organizou uma coleção de livros sobre cinema e passou a se dedicar ao documentário. Seus filmes, entretanto, sempre buscaram eliminar as fronteiras entre documentário e ficção, além de ir contra aos padrões da indústria cinematográfica. Morreu em Barcelona, no dia 24 de junho de 2006. Neste mesmo ano, recebeu o Premio Nacional de Cinematografía, como homenagem póstuma. É considerado mestre por toda uma geração de cineastas na Espanha.

 

 

 

Filmografia:

 

Curtas-metragens

Maria Aurelia Capmany parla d`"Un lloc entre els morts" (1968)

Portogallo paese tranquillo (1969 | 32`)

Lenin vivo (Co-direção: Gianni Toti | 1970 | 31`)

Il perché del dissenso (1970 | 20`)

El día de los muertos (Co-direção" Julián Marcos | 1960 | 12`)

                                                                                                 
Longas-metragens
Dante no es únicamente severo (em colaboração com Jacinto Esteva | 1967 | 78`)

I tupamaros ci parlano (1970 | 60`)

Spezziamo lecatene (1971 )

Numax presenta (1980 | 115`)

El encargo del cazador (1990 | 101`)

Un cos al bosc (1996 | 84`)

Monos como becky (1999 | 97`)

De niños (2003 | 188`)

Veinte años no es nada (2004 | 117`)
Más allá del espejo (2006 | 144`)
 

 

 

José Luis GuerIn

Nasceu em Barcelona, em 1960. Atualmente, é considerado um dos diretores mais importantes e representativos do "cinema de autor" na Europa, às margens das convenções comerciais da indústria cinematográfica. É professor da Univesitade Pompeu Fabra e, ao lado de Joaquin Jordà, influenciou toda uma geração de jovens cineastas, fazendo desta universidade um dos mais importantes centros de estudo do cinema de não-ficção na Europa. Seus filmes confundem propositalmente ficção e documentário, num experimentalismo que já lhe rendeu comparações com Chris Marker e Raul Ruiz. Cinéfilo desde a juventude, foi assíduo frequentador da Filmoteca de Barcelona, onde se interessou sobretudo pelos trabalhos de Howard Hawks, irmãos Lumière, Robert Bresson, Philippe Garrel e John Ford (numa homenagem sutil, seu filme Innisfree é filmado nas mesmas locações de The quiet man). Sua obra permanece marcada por um estilo singular, de caráter essencialmente visual, com uma linguagem reflexiva e poética, a um só tempo clara e sensível.

 

Filmografia

 

curtas-metragens

La agonía de Agustín (1975)

Furvus (1976)

Elogio a las musas (1977)

El orificio de la luz (1977)

Film Familiar (1976-78)

La dramática pubertad de Alicia (1978)

Memorias de un paisaje (1979)

Diario de Marga (1980)

Naturaleza muerta (1981)

Apuntes de un rodaje (1982)

Retrato de Vicky (1982)

 

Longas-metragens

Los motivos de Berta (1983 | 115`)

Innisfree (1990 | 110`)

City life (Direção coletiva | 1990 |  251`)

Tren de sombras (1997 | 81`)

En construcción (2001 | 125`)

En la ciudad de Sylvia (2007 | 84`)

Unas fotos en la ciudad de Sylvia (2007 | 67`)

 

outros trabalhos

Las mujeres que no conocemos (Instalação no Pavilhão Espanhol da 52ª Bienal de Veneza | 2007)

 

 

Isaki Lacuesta

Nasceu em Girona, em 1975. Estudou Comunicação Audiovisual na Universidade Autônoma de Barcelona. Ainda estudante, escreveu críticas de cinema, literatura e música para diversas revistas. Integrou a primeira turma do mestrado em Documentário Criativo da Universidade Pompeu Fabra de Barcelona, entre 1997 e 1998, matriculando-se fora do prazo graças ao projeto de documentário que apresentou, um filme sobre a figura do poeta e boxeador Arthur Cravan, que chamou a atenção dos professores. Trabalhou como assistente de direção em alguns curtas metragens e foi assistente de câmera em Monos como Becky (1999), de Joaquín Jordà. Em 2002, realizou seu primeiro longa-metragem, Cravan vs. Cravan, pelo qual recebeu o prêmio de diretor revelação no Festival Internacional de Cinema da Catalunha. Lecionou na Universidade Pompeu Fabra e na Universidade Autônoma de Barcelona. É o atual diretor do Centro de Estudos Cinematográficos da Catalunha – CECC.

 

Filmografia

 

Curtas-metragens

Caras vs Caras (1999 – 2000 | 15’)

Nummulits (2002 – 2007)

Microscopías (2003 | 20’)

Ressonàncies magnètiques (2003 | 10’)

Déjà vu 1. Paisatges que desapareixen (2003 | 4’)

Rouch, un noir (Co-direção: Sergi Dies | 2004 | 15’)

Teoria dels cossos (2004 | 5’)

Esbozo (Direção coletiva | 2004 | 5’)

Mar Palau (2006 | 16’)

Saber nedar (Saber nadar) (Co-direção: Pere Vilá | 2006 | 4’)

Dos cuentos que caben en la palma de la mano (2007 | 10’)

Las variaciones Marker (2007 | 25’)

Soldados anónimos (Co-direção: Pere Vilá | 2008 | 30`)

Alpha and again (Lugares que no existen nº.1) (Co-direção: Isa Campo | 2008)

In between days (2009 | 45`)

 

Longas-metragens

Cravan vs. Cravan (2002 | 100’)

La leyenda del tiempo (2006 | 110’)

Los condenados (2009 | 105`)

Los pasos dobles (2010)

 

Outros trabalhos

Traços / Traces (Instalação | 2007 | 17’)

Los cuerpos translúcidos (Instalação para 16 monitores | 2008)

La luz azul (Instalação | Co-realização: Isa Campo | 2008)

Sol (Exposição coletiva "Rastros de Chaplin | 2008 | 4`)

Lugares que no existem (Google earth 1.0) (Instalação | Co-realização: Isa Campo | 2009)

 

 

Andrés Duque

Nasceu em Caracas, Venezuela, em 1972. Formado em jornalismo, trabalhou para a HBO latinoamericana como roteirista e produtor. Em 2000, mudou-se para Barcelona para cursar o mestrado em Documentário Criativo, na Universidade Autônoma de Barcelona. Atualmente, trabalha como diretor na produtora Agosto. Seu trabalho em vídeo, considerado periférico no contexto da produção de documentários espanhola, é caracterizado pela produção independente, pela não-sujeição a padrões de formato ou duração e pelo hibridismo de gêneros. Seu filme Life between worlds not in fixed reality foi realizado com um telefone celular. Seus trabalhos já foram exibidos em dezenas de festivais internacionais, como San Sebastián, Las Palmas de Gran Canaria, Gijón, Mar del Plata, Punto de Vista, Toulouse, Annecy e Pesaro; bem como em museus, como o Reina Sofía e o Centro de Cultura Contemporánea de Barcelona, entre outros.

 

Filmografia

 

Curtas-metragens

Ivan Z (2004 | 53`)

Paralelo 10 (2005 | 26`)

Landscapes in a truck (2006 | 39`)

La constelación Bartleby (2007 | 23`)

Life between worlds not in fixed reality (2008 | 11`)

All you zombies (2008 | 40`)

No es la imagen es el objeto (2008 | 12`)

 

 

Óscar Pérez

Nasceu em Girona, em 1973. Estudou cinema documentário na Inglaterra, no London College of Communication, entre 1998 e 2001. Foi professor do mestrado em Documentário Criativo, na Universidade Autônoma de Barcelona e do mestrado em Documentário de Criação, na Universidade Pompeu Fabra. Realizou numerosos curtas-metragens para televisão e cinema. Seus filmes já foram exibidos em inúmeros festivais ao redor do mundo. Com El sastre, recebeu o prêmio de melhor curta-metragem do IDFA, Festival Internacional de Documentários de Amsterdam. Recentemente, El Sastre recebeu o prêmio Cinema Eye Honors em Nova York, concedido por um comitê formado pelos programadores e diretores dos festivais de documentário mais importantes dos Estados Unidos.

 

Filmografia

 

Curta-metragens

Xavó-Xaví (2002 | 25`)

Can Tunis (2002 | 22`)

Al Vol (2004)

El regador (2004)

El último payés (2005)

Una fiesta con toros (2006)

Sí ,sí, sí, nos vamos a París (2007)

Gran Maestro (2007)

Salve Melilla (2006 | 52`)

El sastre (2007 | 30`)

If the camera blows up (2008 | 13`)

L’Omplida (2009)

Ventrada (2009 | 22`)

La mujer del sastre (2009)

El hermano del sastre (2009)

 

Longa-metragem

Mohamed, el sastre, y otras historias (2010 | 74`)

 

 

Lucas Vermal

Nasceu em Buenos Aires em 1972. Já morou na Alemanha, Espanha e França e atualmente vive em Madrid. Estudou filosofia na Universidade de Paris I e trabalhou como jornalista, tradutor e editor. É co-autor do documentário La Maison de la Paix, filmado na Palestina em 2004. Ich Bin Enric Marco é seu primeiro longa-metragem como diretor, filmado entre 2007 e 2008. Começou a trabalhar com a história de Enric Marco em 2005, quando um historiador lhe revelou que Marco não era o membro da resistência que dizia ser e que havia inventado histórias de sua experiência no campo de concentração que foram relatadas durante anos na televisão.

 

Filmografia

 

Curta-metragem

La Maison de la Paix (2004)

 

Longa-metragem

Ich Bin Enric Marco (2009 | 86`)

 

 

Santiago Fillol

Nasceu em Cordoba, na Argentina, em 1977. Estudou cinema e artes na Universidade Nacional de Cordoba e cursou pós-graduação na Universidade Pompeu Fabra de Barcelona, onde também dá aulas. Como crítico de cinema, escreve para a Cahiers du Cinéma espanhola, entre outras publicações. Em 2009, dirigiu o curta Dormez-vous, uma espécie de prefácio fílmico para o filme Low life, de Nicolas Klotz e Elisabeth Perceval. Atualmente prepara sua tese de doutorado, uma abordagem da História do Cinema a partir da figura do "fora de campo". Ich bin Enric Marco é seu primeiro longa-metragem.

 

Filmografia

 

Curta-metragem

Dormez-vous (2009 | 30`)

 

Longa-metragem

Ich Bin Enric Marco (2009 | 86`)

 

 

Anna Sanmartí

Nasceu em Barcelona, em 10 de fevereiro de 1981. Formou-se em Comunicação audiovisual pela Universidade Pompeu Fabra, em 2004. Trabalhou como fotógrafa em diversos filmes, inclusive para Joaquín Jordà. Também trabalhou como assistente de direção, como no longa-metragem  La dos vidas de Andrés Rabadán, de Ventura Durall. Seu primeiro trabalho, Memories without remembers, foi filmado na India e recebeu diversos prêmios em festivais internacionais. Boa parte de seus filmes foram co-dirigidos por Alba Mora. La terra habitada é seu primeiro longa-metragem. 

Filmografia

Curtas-metragens

Memories without remembers (co-direção: Alba Mora | 2004 | 27`)

MI:MU (co-direção: Alba Mora, Marcos Marín, Tobias Pilz, Marta Sureda | 2004 | 28`)

Brigades (2005)

Je ne suis pas moi-même (co-direção: Alba Mora | 2006 | 52`) 

Longa-metragem

La terra habitada (2009 | 71`)

 

SOBRE A CURADORIA 

BRENO FERNANDES é historiador e mestre em Cultura Histórica e Comunicação pela Universitat de Barcelona. Atua como produtor cultural na elaboração, desenvolvimento e coordenação de projetos relacionados a cinema, música e artes, entre eles, o forumdoc.bcn – Mostra de Cine Etnográfico y Documental Brasileño, a Mostra de Cinema de Pernambuco e a Mostra Permanente de Cinema Xcèntric, realizada no Centre de Cultura Contemporània de Barcelona – CCCB.  

MARIONA TIÓ é historiadora e mestre em Cultura Histórica e Comunicação pela Universitat de Barcelona. Pesquisadora, curadora e produtora cultural, tem experiência em produção de mostras de cinema e trabalhou em diversos festivais, como o forumdoc.bcn, Digital Barcelona Film Festival(DiBa), Festival Internacional de Cortometrajes de Barcelona (MECAL) e Festival de cine asiático de Barcelona (BAFF). Atualmente trabalha no Museo Picasso de Barcelona.

Fonte: CAIXA Cultural