Atentos para a questão ambiental, o 81º Enic abordou as oportunidades que as mudanças climáticas podem gerar, destacando que o segmento deve se adaptar e inovar para conseguir se manter no mercado de forma sustentável.
Vanderley Moacyr John, da Escola Politécnica da USP, explicou que a concentração de CO² na atmosfera existe há 300 mil anos, mas que desde 1750, período da Revolução Industrial, o crescimento é notável.
“A construção civil destrói a natureza, já que utiliza calcário, madeiras, dentre outros materiais que emitem CO². Apesar de menos de 1% das madeiras da floresta Amazônia serem utilizadas na construção, contribuímos com o desmatamento por gerar capital para os interessados em destruir as árvores para plantar soja e criar gado”, conta John.
As mudanças climáticas, além de afetar o clima e a oferta da água, também geram conseqüências na indústria da construção. “Tenho certeza que, futuramente, as empresas do Brasil terão que pagar cotas pelo CO² emitido. Pode não ser a construtora que arcará com esta despesa, mas o pagamento feito pelos fabricantes terá reflexos”, alerta.
Segundo o profissional para diminuir em 10 vezes o impacto gerado pelo setor, a inovação pode ser um primeiro passo. “As matérias primas serão as mesmas, mas podemos mudar a forma de construir, utilizando, por exemplo, a alvenaria. Reduzir o uso da massa, aumentar a vida útil e a reutilização, priorizar a flexibilidade dos prédios deixando de demolir para transformar, melhorar eficiência energética utilizando o sombreamento e utilizar materiais de mudança de fase que se adaptam à temperatura, são outras idéias que devem ser pensadas”, destaca.
Vanderley John também citou o projeto de retrofit da CBIC, o Green Job, que visa aliar a atualização tecnológica das instalações dos edifícios antigos, utilizando-se dos novos conceitos de sustentabilidade – em especial os de eficiência energética com a criação de novos empregos (chamados de "Green Jobs"), muitos deles com algum grau de qualificação.
Fonte: Assessoria