Áreas profissionais que antes eram predominantemente ocupadas por homens estão cada vez mais abrindo espaço para a entrada de mulheres. Responsável pela promoção do Ensino Técnico Profissional gratuito no Estado do Rio, a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) vive os reflexos dessa transformação no mercado de trabalho. Em diferentes modalidades de ensino tem sido notada a frequência cada vez maior de alunas: desde cursos profissionalizantes automotivos a técnicos como em Construção de Máquinas Navais.
No laboratório de Mecânica da Escola Técnica Estadual Visconde de Mauá, é possível ver duas ou até três meninas em uma turma de 25 estudantes.
– Somos tratados de igual para igual. Concordo com essa postura, pois no mercado de trabalho não há espaço para preconceito – disse Beatriz Nunes, do 3° ano do curso técnico em Eletromecânica.
Nas classes do curso técnico de Máquinas Navais, oferecido na ETE Henrique Lage, em Niterói, de 40 estudantes, apenas 12 são meninas. Essa é a mesma realidade nos profissionalizantes da Faetec na área de Solda. O público feminino representa somente 30% do total.
As mulheres ainda enfrentam alguns obstáculos. A aluna Denise Silva, do curso de Calderaria do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) Itatiaia, em Duque de Caxias, disse que o seu ingresso na escola foi difícil.
– Falavam que era uma área totalmente diferente da minha. Hoje tenho certeza de que vou atingir o mercado de trabalho – afirmou a aluna.
A cobradora de ônibus Isabel Gonçalves, que cursa Alinhamento e Suspensão no CVT Automotivo, em Quintino, foi criticada no seu bairro.
– Os vizinhos me colocaram até apelido. O único apoio veio do meu filho de 19 anos. Ter chegado até aqui é uma vitória – disse Isabel.
Governo do Rio