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Mulheres celebram 78 anos de direito ao voto

A comemoração do Dia da Instituição do Voto Feminino, cuja data é 3 de novembro, tem um gosto especial para as mulheres neste ano de 2010. Pela primeira vez no Brasil a população elegeu uma mulher para a presidência da República, a ex-ministra da Casa Civil do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Roussef. O feito, que acontece 76 anos depois da conquista do direito à candidatura para cargos políticos e 78 anos após o gênero ter direito ao voto – antes apenas permitido a homens ricos – se consagra como um marco na história da política brasileira.
 
– Temos que comemorar o voto feminino e a eleição de uma mulher. Esta tendência abre muito o Brasil para o mundo, mostra um Brasil plural, um Brasil guiado pela tolerância, a visão de democracia se amplia com uma mulher na presidência da república. Tivemos um metalúrgico como presidente e agora uma mulher. Portanto, está aí a questão do gênero. Dilma resistiu à ditadura, como muitos outros brasileiros, e participou do processo de redemocratização. Ela é resultado de uma etapa importante da história do Brasil – ressalta o professor dos departamentos de História da Universidade do Estado do Rio (Uerj) e da PUC-RJ, Oswaldo Munteal.
 
O direito ao voto para mulheres só foi conquistado por meio do Código Eleitoral provisório de 24 de fevereiro de 1932. Mas na época, a conquista ainda não seria completa: somente mulheres casadas com a autorização de seus maridos, viúvas, e solteiras com renda própria podiam votar. Só no ano de 1946, as restrições foram retiradas e o voto feminino passou a ser obrigatório.
 
– O voto foi e é uma conquista muito importante. Isso veio das revoluções burguesas e na década de 30 e 40 foi se consolidando até que a mulher se tornou um ator político, sobretudo a partir dos anos 60, na política brasileira. A mulher passou a ter uma atitude propositiva no momento em que a democracia brasileira foi ameaçada após o golpe de 64. Foi um momento em que as jovens mulheres brasileiras passaram a atuar no resgate dos seus direitos como também no resgate de direitos de todos os brasileiros, entre eles, idosos e crianças – acrescenta Oswaldo, também pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
 
Superintendente dos Direitos da Mulher (Sudim) e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), Cecília Teixeira considera a conquista ao cargo extremamente representativa.
– Com certeza é uma conquista importantíssima. Não somente para mostrar a competência das mulheres, mas também do ponto de vista simbólico, até para que as mulheres se espelhem nisso. Elas precisam saber que podem ocupar cargos políticos, além de outros espaços e cargos de chefia – diz.
 
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres representam 51,81% do eleitorado brasileiro, constituindo grande força na escolha dos candidatos eleitos no país.

Fonte: Governo do Rio