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Museu do Primeiro Reinado expõe Olhares do Rio

A exposição Olhares do Rio, em cartaz no Museu do Primeiro Reinado, reúne retratos de lugares bastante conhecidos no Rio de Janeiro, como a praça XV, o Paço Imperial, o Passeio Público e o Convento de Santo Agostinho, que surpreendem pela riqueza de detalhes, além das diferenças estruturais nas construções e, principalmente, na paisagem.
 
O passeio começa com as obras de Jean Baptiste Debret. Ele foi o pintor, desenhista, decorador e cenógrafo oficial da Missão Artística Francesa (1816), que fundou no Rio a academia de Artes e Ofícios, mais tarde Academia Imperial de Belas Artes.
 
– Debret foi um gravurista e pintor da Corte. Pintou cenas da família real, mas foi também o primeiro etnógrafo brasileiro. Coube a ele mostrar a formação do povo brasileiro. O índio, o cigano, o caboclo, o escravo. Você vê na obra Viagem Pitoresca ao Brasil que ele é muito detalhista quanto à raça, costumes, frutos e flores – explicou a museóloga Ângela Moliterno de Oliveira.
 
Em seguida, o visitante mergulha num roteiro histórico do Rio de Janeiro, com gravuras detalhadas de importantes construções e lugares, como a antiga fábrica de gás e o morro de Santa Teresa, local estratégico de vigia da cidade. As imagens são de Biefer Godfred Bertichen e dos irmãos Félix-Émile e Nicolas Taunay. Cenas importantes da história fluminense também são mostradas na exposição, como por exemplo, a invasão dos franceses à Ilha das Cobras, em 1711.
 
Ainda no contexto da evolução da sociedade brasileira, o Museu do Primeiro Reinado expõe junto à mostra Olhares do Rio, peças antigas de locomoção. São três liteiras, cadeiras de luxo onde se sentavam as madames e os senhores da Corte, que eram transportadas pela força animal ou humana.
 
Por último, um panorama completo de um dos maiores avanços na área de transportes. Documentos e gravuras da construção da Estrada de Ferro Dom Pedro II, atual Central do Brasil, primeira ferrovia brasileira, que ligou diferentes municípios.
 
– Foram restauradas quase 90 gravuras do nosso acervo, voltaram para a reserva técnica e, a partir daí, fizemos um estudo de quais seriam expostas. É muito interessante, mais ainda para quem gosta de saber sobre o Rio Antigo – completou a museóloga.
 
Inaugurado em 12 de março de 1979, o Museu do Primeiro Reinado situa-se no bairro de São Cristovão, instalado no palacete que pertenceu à marquesa de Santos, que ali viveu de 1826 a 1829.
 
Tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) em 1938, o Solar da Marquesa de Santos constitui o principal acervo do museu, guardando, em seus belos salões decorados, lembranças do período colonial.
 
A exposição Olhares do Rio fica em cartaz até fevereiro de 2010. O endereço é Avenida Pedro II, 293, São Cristóvão.

Fonte: Governo do Rio