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No Rio de Janeiro, gastos com atendimentos a motociclistas dobram

 

Moto caída

 

Levantamento do Ministério da Saúde mostra que, no estado do Rio de Janeiro, o custo de internações por acidentes com motociclistas pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) dobrou de 2008 a 2011, passando de R$ 2,1 milhões para R$ 4,2 milhões. O crescimento dos gastos acompanha o aumento das internações que passou de 2.025 para 10.756 hospitalizados no período. Apesar do aumento dos atendimentos, o número de mortes por este tipo de acidente diminuiu no estado. Em 2008, 593 motociclistas perderam a vida, sendo que – em 2010 – foram 558 óbitos.

 
 “O Brasil está, definitivamente, vivendo uma epidemia de acidentes de trânsito e o aumento dos atendimentos envolvendo motociclistas é a prova disso. Estamos trabalhando para aperfeiçoar os serviços de urgência no SUS, mas é inegável que esta epidemia está pressionando a rede pública”, avalia o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 
O gasto com atendimentos a motociclistas no país, em 2011, foi 113% maior do que em 2008, passando de R$ 45 milhões para R$ 96 milhões. O número de internações passou de 39.480 para 77.113 hospitalizados no mesmo período e o número de mortes aumentou 21% nos últimos anos – de 8.898, em 2008, para 10.825 óbitos em 2010. Com isso, a taxa de mortalidade cresceu de 4,8 óbitos por 100 mil habitantes para 5,7/100 mil entre 2008 e 2010.
 
 “A elevação dos acidentes envolvendo motociclistas fez com que, pela primeira vez na história, a taxa de mortalidade deste grupo superasse a de pedestres (5,1/100 mil) e a de outros veículos automotores (5,4/100 mil), como carros, ônibus e caminhões”, alerta Padilha.
 

PREVENÇÃO – Para enfrentar o avanço dos acidentes de trânsito, o Governo Federal expandiu o Projeto Vida no Trânsito a todas as capitais brasileiras. Lançado em junho de 2010, a ação é uma das iniciativas do Ministério da Saúde para prevenir e reduzir a violência no trânsito.

 
Com recursos do Ministério da Saúde, as capitais poderão ampliar as políticas de prevenção de lesões e mortes no trânsito por meio da qualificação, planejamento, monitoramento, acompanhamento e avaliação das ações a partir de fatores de risco. Em 2010, o projeto foi implantado em cinco capitais – Palmas, Teresina, Campo Grande, Belo Horizonte e Curitiba -, que conseguiram melhoras nestes indicadores.

 
A expansão do projeto é um dos desdobramentos do Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida, firmado entre os ministérios da Saúde e das Cidades no ano passado. A meta é estabilizar e reduzir o número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos dez anos, como adesão ao Plano da Década de Ações para a Segurança no Trânsito 2011-2020, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 
MONITORAMENTO – Ministério da Saúde monitora mortes e internações por acidentes de trânsito a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), respectivamente.

 
“O Ministério da Saúde vem melhorando a coleta de dados e qualificando as informações juntamente com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Com a ajuda das delegacias, dos institutos médicos legais e dos hospitais, é possível qualificar mais a informação e fazer um melhor diagnóstico da situação dos acidentes, e assim, atuar com políticas públicas pontuais”, explica a diretora de Análise de Situação em Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta.

 
Além do crescimento de fatores de risco importantes como excesso de velocidade e consumo de bebida alcoólica antes de dirigir, Deborah Malta aponta o incremento na frota de veículos como fator para o aumento do número de acidentes. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o número de veículos registrados cresceu 16,4% entre 2008 e 2010, passando de 54.506.661 veículos para 65.205.757. No mesmo período, os óbitos foram de 38.273 para 42.844 – alta de 12%. 

 
Já a frota de motocicletas foi ampliada em 27% – de 13.079.701 para 16.622.937 -, implicando elevação na proporção destas em diante do total de veículos de 24% para 25,5%.  
 
 
Fonte:  Agência Saúde-Ascom/MS