Início Plantão Rio Nova Formação da Polícia Militar prioriza o respeito aos direitos humanos

Nova Formação da Polícia Militar prioriza o respeito aos direitos humanos

A Secretaria de Segurança aposta na formação de agentes para atuar nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Os novos currículos incluem conceitos de Direitos Humanos em todas as disciplinas e estimulam a reflexão individual. Segundo a subsecretária de Educação, Valorização e Prevenção da Secretaria de Segurança, Juliana Barroso, as mudanças curriculares nos cursos para policiais civis (inspetores) e militares (praças), realizadas desde 2011, têm como objetivo mudar o comportamento da corporação.

 

– Só se transforma a cultura da polícia com educação. A ideia é que o policial vislumbre seu papel como promotor e defensor dos direitos humanos. Quanto mais acesso ao conhecimento, mais subsídios estes profissionais terão para os processos decisórios – explicou a subsecretária.

 

 

Os cerca de 1,2 mil aspirantes que ingressaram em 2013 na centenária Acadepol (Academia de Polícia Sylvio Terra), por exemplo, fazem um curso com 38 disciplinas teóricas e práticas, sendo que cinco delas são novas: Relacionamento com a Imprensa e Mídias Sociais, Atuação em Grandes Eventos, Polícia Comunitária, Qualidade no Atendimento e Formalização dos Atos de Polícia Judiciária.

 

 

A nova grade, que entrou em vigor este ano, tem 640 horas, ministradas em seis meses por 400 professores. A previsão da secretaria é de que cerca de 1,6 mil inspetores sejam formados pelo novo currículo até dezembro deste ano. Segundo o diretor da Divisão de Ensino da Acadepol, Carlos Alberto Ramos, um dos objetivos das novas matérias é também melhorar o atendimento nas delegacias.

 

– Os policiais têm que entender que, para prestar um serviço de qualidade, é necessário ter foco no ‘cliente’, ou seja, no cidadão. Há uma necessidade urgente de que os nossos homens façam mais, em menor tempo, e com a maior qualidade possível – afirmou Ramos. 

 

 

Docentes são valorizados

Outra estratégia adotada pela secretaria para qualificar ainda mais o ensino nas instituições policiais é a valorização dos professores, por meio da implantação do Banco de Talentos. 

 

Criado em 2011, ele reúne nomes de profissionais de diversas formações – sejam policiais ou não – que se candidatam a ministrar aulas no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) da PM e na Acadepol,  da Polícia Civil. Cada professor selecionado recebe um valor bem acima do que o praticado no mercado.

 

Aluno do 1º Pelotão do CFAP, Wendel Ferreira, de 33 anos, sempre quis ser policial. Após uma experiência de sete anos no exterior – ele morou na Inglaterra, Itália e Espanha – o jovem poliglota gostaria de atuar no Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur).

 

– Minha vocação sempre foi ser PM. Quando voltei ao Brasil, fiquei muito feliz de ver as UPPs e perceber que a imagem da polícia está mudando – disse Wendel.

 

Avanço na instrução

CFAP: Cerca de 250 professores, 1,6 mil alunos, 30 disciplinas

PMs já formados pelo novo currículo: 1.250

Previsão de PMs que devem se formar até dezembro/2014: 6,5 mil

Acadepol: Cerca de 400 professores, 1,2 mil alunos, 38 disciplinas

Policiais Civis que serão formados pelo novo currículo até dezembro: 1,6 mil