Nove dos 20 estádios inscritos para sediar o campeonato paulista foram reprovados pelo Ministério Público Estadual e não irão abrigar os jogos da competição. O anúncio foi feito pelos promotores Paulo Castilho e Roberto Senise Lisboa. O levantamento mostrou ainda que os principais estádios paulistas têm alguma restrição, levando-se em consideração a recomendação da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
"Há uma portaria, editada em julho do ano passado, que obriga os clubes e as federações a apresentarem os laudos de condições das arenas esportivas", explicou Castilho.
Ainda de acordo com ele, a portaria 124 editada pelo Ministério do Esporte prevê a apresentação de laudos elaborados pela Vigilância Sanitária e por um engenheiro credenciado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) de cada estado. "Apesar de quase metade dos estádios terem sido reprovados, acho a medida positiva pois demonstra que estamos preocupados em melhorar", afirmou Castilho.
Para o promotor, os laudos serão importantes também para nortear as melhorias para a Copa de 2014. "Assim saberemos o que precisa ser feito", completou. "Esta é uma prioridade para o país, verificar a qualidade dos estádios. Não queremos impedir nenhum campeonato, apenas prestar um serviço melhor e mais adequado para o torcedor", ressaltou.
Os estádios reprovados foram Atlético de Monte Azul (Monte Azul), Décio Vita (Americana), Augusto Schimidt Filho (Rio Claro), Dr. Novelli Júnior (Itu), Dr. Osvaldo Teixeira Duarte- Canindé (São Paulo), Frederico Dalmazo (Sertãozinho), Ildenor Picardi Semeghine (Itápolis), Nabi Abi Chedid (Bragança Paulista) e Santa Cruz (Ribeirão Preto).
Todos os principais estádios de São Paulo (Morumbi, Pacaembu, Palestra Itália e Vila Belmiro) apresentaram algum tipo de irregularidade. No caso do Pacaembu, por exemplo, o promotor Lisboa citou que o alambrado em frente ao portão principal deve ser substituído porque pode ser facilmente escalado.
"Já no Palestra Itália as ambulâncias não conseguem acessar o campo. No Morumbi, os setores superior amarela e superior laranja têm cadeiras de madeira que são fáceis de arrancar e devem ser substituídas", disse Lisboa. A Vila Belmiro, em Santos, tem apenas problemas na colocação das câmeras de segurança e não há numeração nos assentos dos setores um, dois, 201 e 202.
"Os laudos estipularam prazos para os clubes fazerem as alterações necessárias", afirmou Lisboa.
O promotor de direito do consumidor explicou ainda que a intenção do Ministério Público é evitar riscos. Caso os clubes não cumpram as recomendações feitas pela Polícia Militar e pelos Bombeiros, o MP poderá ajuizar uma ação civil pública. "Não vamos hesitar em procurar a Justiça para garantir os direitos dos torcedores", completou Lisboa.
Fonte: Agência Brasil