O secretário de política sindical da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Joílson Cardoso, afirmou nesta terça-feira que os trabalhadores estão sendo demitidos para a contratação de outros com salário menor. A denúncia foi feita durante audiência pública promovida pela comissão especial que avalia os efeitos da crise financeira mundial na indústria.
O Ministério do Trabalho anunciou um acréscimo de 106 mil empregos com carteira assinada em abril. Mas o sindicalista afirma que do total de 1,244 milhão demitidos no mês, vários foram apenas substituídos – Isso quer dizer que a rotatividade no Brasil do emprego é imensa. E os dados que nós temos antes da crise apontavam que essa rotatividade promove junto aos trabalhadores uma situação insustentável de redução da massa salarial frente ao PIB- disse ele.
Para o relator da comissão, deputado Pedro Eugênio (PT-PE), os dados mostram que a legislação trabalhista não é tão rígida como afirma o setor empresarial – Eu fico imaginando se a legislação dificulta a demissão, imagine se facilitasse. Pois foi tão fácil a demissão de contingente tão grande de trabalhadores num espaço curto de tempo- falou.
Joílson Carvalho também defendeu a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução salarial, prevista na Proposta de Emenda à Constituição (231/95).
Na próxima quarta-feira (27) a Câmara fará uma comissão geral para discutir os efeitos da crise mundial sobre a economia brasileira. Na ocasião, serão debatidos os dados já colhidos pelas cinco comissões especiais: indústria, agricultura, comércio, crédito e emprego.
Fonte: Agência Câmara
