Por solicitacão norte-americana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai ser reunir no próximo sábado (18) com os líderes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), paralelamente à 5ª Cúpula das Américas, que será realizada entre os dias 17 e 19 em Trinidad e Tobago. O pedido foi feito diretamente por Obama à atual presidente da Unasul, a chilena Michelle Bachelet.
De acordo com o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ela ligou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para consultá-lo sobre a reunião. Lula concordou com o encontro.
Um dos temas polêmicos da Cúpula das Américas, que deve ser reiterado no encontro dos presidentes de países da Unasul com Obama, é a ausência de Cuba, único país do continente que não participará do evento. Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1962, após a revolução.
O assunto foi tratado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Álvaro Uribe, da Colômbia, na manhã de hoje (15), antes da abertura do Fórum Econômico Mundial da América Latina, no Rio de Janeiro. Embora a declaração final da cúpula, já divulgada, não faça qualquer menção à ausência de Cuba ou ao embargo imposto pelos Estados Unidos à ilha há cerca de 50 anos, tais questões devem estar no centro dos debates em Trinidad e Tobago.
Com a decisão dos governos da Costa Rica e de El Salvador de reatar relações diplomáticas com a ilha, a partir de junho os Estados Unidos serão o único país do continente a não manter relações com Cuba.
“Não se trata de criar um constrangimento aos Estados Unidos, tampouco se trata de deixar passar em brancas nuvens o fato de que a ausência de Cuba numa reunião dessas é uma anomalia e, portanto, esse fato tem que ser corrigido”, afirmou o assessor da Presidência. Uribe, segundo Marco Aurélio, concordou com Lula sobre a relevância do tema, frisando que seu governo tem mantido uma relação “fluida” com Cuba.
O Brasil ainda pretende, como gesto simbólico, votar favoravelmente sobre a anulação da expulsão de Cuba da OEA na próxima reunião de chanceleres do órgão, em junho. “Acho que esse tema poderá passar com muita tranqüilidade. Se não passar por unanimidade, acho que não haverá nenhuma oposição formal”, comentou o assessor especial.
Fonte: Agência Brasil