Seminários internacionais, intercâmbios e cursos de música para mais de 1,4 mil jovens de áreas carentes de Campos dos Goytacazes. Quem vê o sucesso da ONG Orquestrando a Vida no Norte Fluminense não imagina que o projeto, prestes a lançar sua oitava e maior orquestra, já esteve ameaçado pela falta de um espaço adequado à prática das atividades.
Cedida pelo Governo do Estado em 2012, por meio de um esforço conjunto das secretarias de Cultura e de Planejamento e Gestão, a nova sede da ONG garantiu a chance de multiplicar o trabalho desenvolvido pela equipe do maestro Jony William. O espaço conta com três mil metros quadrados, 20 salas para aulas e ensaios e um pátio para apresentações.
À frente da ONG há mais de 20 anos, o regente comemora a estreia da nova orquestra Sinfônica Juvenil Brasileira, que reúne cerca de 120 jovens.
Este prédio tem honrado a cultura no estado. Tínhamos apenas uma casa para quase mil alunos. No verão, fazia mais de 40 graus, o que prejudicava o aprendizado. Agora, temos condições de expandir nosso trabalho, aumentar o número de vagas para bandas e corais e criar novas orquestras, como a Sinfônica Juvenil. Este trabalho impacta ainda em todo o entorno, em parcerias com escolas e abrigos da região. Estamos implantando também a prática com portadores de necessidades especiais – afirmou o maestro.
Os resultados da Orquestrando a Vida ultrapassam as fronteiras do país. Este mês, cerca de 80 alunos realizaram a terceira turnê da ONG, com uma série de concertos em Coimbra e Lisboa, em Portugal, em parceria com a Orquestra Municipal de Campos. Há cerca de dois anos, a Orquestra Sinfônica Juvenil Mariuccia Iacovino, a mais tradicional da ONG, subiu ao palco do Carnegie Hall, em Nova Iorque.
– Representar nosso país é um grande aprendizado e uma superação de limites. Ao retornar, colhemos os frutos desta troca entre as culturas. Ganhamos amadurecimento, disciplina e autoestima elevada – disse Jony.
Seminários ampliam conhecimento
Nos últimos meses, a ONG deu início a uma série de seminários internacionais, que ocorrerão até o fim do ano. Maestros e músicos da Espanha, Venezuela, Suíça e dos Estados Unidos estiveram em Campos para promover aulas de técnicas instrumentais e linguagem musical aos alunos.
– É a oportunidade de ter aulas com professores de orquestras acima da nossa, e isso nos faz praticar e aprender mais – disse Guilherme Barros, 12 anos, que elegeu o trombone como instrumento favorito.
Agência Brasil