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Ônibus interestaduais trafegam com excesso de peso

Vinte por cento dos ônibus que trafegam nas estradas do país estão com excesso de peso. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) chegou a essa constatação durante as fiscalizações de fim de ano que vem realizando desde o dia 4 deste mês. Segundo a agência, esse percentual indica que os ônibus estão sendo utilizados também para o transporte de cargas e de encomendas.

“Fomos surpreendidos com o alto índice de ônibus que estão circulando com excesso de peso. Enquanto esse tipo de problema atinge entre 3% e 4% dos caminhões, no caso dos ônibus chega a 20%, entre os que foram pesados”, disse hoje (30) à Agência Brasil o gerente de Fiscalização da ANTT, Antônio Ricardo de Jesus. “Isso provavelmente se deve às cargas e encomendas que são colocadas nos ônibus”, acrescentou.

Segundo ele, como esse tipo de prática não vinha sendo fiscalizada, o controle acabou ficando inadequado. “Essa fiscalização que estamos realizando tem caráter educativo, para evitar riscos aos passageiros. Mas, a partir do ano que vem, começaremos a aplicar multas”, afirmou.

Antônio Ricardo explicou que o transporte de cargas ou encomendas não é ilegal, desde que respeite os limites de peso estabelecidos pelo Código de Trânsito Brasileiro. “Esse percentual nos levará a adotar novas medidas, como passar a utilizar as balanças das estradas para pesar também os ônibus”. Atualmente existem cerca de 230 balanças em toda a malha rodoviária do país.

Desde o dia 4, a ANTT vem realizando uma série de fiscalizações em rodovias, garagens de empresas, terminais rodoviários e veículos.

“Tivemos a ajuda da Polícia Rodoviária Federal para fazer uma frente contra os ônibus clandestinos. Para evitar a utilização de ônibus extras sem condições de trafegar, visitamos várias garagens das empresas e também terminais”, explicou o gerente da ANTT, que também atuou em guichês para checar se as informações aos passageiros estavam sendo prestadas corretamente e se as tarifas e seguros estavam de acordo com o previsto na legislação.

“Nesse aspecto, tudo está dentro do normal, com poucos casos de irregularidades. Até porque as visitas que fizemos às garagens acabaram alertando as empresas sobre a intensificação das fiscalizações nas estradas e nos terminais”. Segundo Antônio Ricardo, o percentual de ônibus que apresentam irregularidades desse tipo é de cerca de 2%.

Os caminhões também têm sido alvo dos fiscais da ANTT. “Além de verificarmos o peso dos transportes de cargas, estamos checando se o transporte de produtos perigosos está adequado e, claro, as documentações, como o Registro Nacional do Transportador de Carga e o Registro Internacional, no caso dos veículos que estão enviando cargas para outros países”.

 

Fonte: Agência Brasil