A origem das microalgas que infestam praias do Rio ainda é desconhecida pelos órgãos ambientais do Estado do Rio. A secretária do Ambiente, Marilene Ramos, disse, em entrevista a uma rádio carioca, que as manchas podem ter se formado em alto-mar, mas também podem estar associadas ao aumento de carga orgânica nas águas da costa brasileira.
– Como é uma mancha que veio de alto-mar, aparentemente foi uma formação espontânea, algum fenômeno que ali aconteceu e que proporcionou essa quantidade toda de algas. Antes, já tinha aparecido em Mangaratiba uma maré vermelha similar, mas em ambos os casos não sabemos ainda a origem – explicou Marilene Ramos.
A dificuldade de identificar a causa é decorrente da novidade do fenômeno, segundo a secretária, mas ela garantiu que todos os esforços estão sendo feitos pelos técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), associado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para um conhecimento mais preciso dessa mancha.
– No momento, não podemos taxativamente associar o fenômeno a um aumento de temperatura da água do oceano ou até a uma concentração de esgotos nessas águas próximas. Estamos fazendo esse monitoramento para ter uma certeza maior de onde vem isso. Mas, uma coisa é certa: a alga não é tóxica, o que impediria o banho e a pesca nesses lugares – garantiu Marilene Ramos.
Mesmo se essas manchas não tiverem relação com o despejo irregular de esgoto em rios, lagoas e praias do Grande Rio, a falta de tratamento adequado de esgoto ainda é um dos maiores problemas ambientais do estado, segundo a secretária. Ela, no entanto, garantiu que acabar com esse quadro é uma meta perseguida pelo governo do estado.
– Fizemos um esforço enorme nesses três últimos anos e conseguimos sair de 25% de esgoto coletado e tratado na Região Metropolitana e chegamos a 33%. Isso significa que mais 1,5 milhão de pessoas passaram a se beneficiar desse serviço. Hoje, temos 4,7 milhões de pessoas conectadas ao sistema, mas a população da Região Metropolitana é de quase 11 milhões de habitantes. Há muito a ser feito ainda – constatou a secretária, prevendo que, se mantido o ritmo atual, a implantação do tratamento de todo o esgoto da Região Metropolitana deverá ocorrer nos próximos sete ou oito anos.
Fonte: Governo do Rio