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PAC termina com lixão no Complexo do Alemão

Cascata de esgoto, crianças brincando e moradores sobrevivendo dos restos acumulados em um lixão de 40 mil metros quadrados, doenças de pele, vítimas de desabamento durante as chuvas. Este é o quadro existente há mais de 40 anos em um local conhecido como Vila Paloma, no Morro da Fazendinha, Complexo do Alemão. Situada em região de acesso difícil e praticamente proibido aos serviços públicos, desconhecida da sociedade em geral, a Vila Paloma começa a ser ocupada definitivamente pelo poder público nesta quarta-feira (19/08).

A partir das 9h, o presidente da EMOP (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro), Ícaro Moreno Júnior, estará acompanhando a mobilização das máquinas pesadas que iniciarão o trabalho de extinção do lixão e demolição dos barracos no entorno. O projeto pronto, que vai transformar parte da região – que já chegou inclusive a ser interditada pela Defesa Civil – em uma grande área de lazer, será apresentado à imprensa.

O lixão, que chega a acumular semanalmente 180 toneladas de detritos, está situado bem embaixo da linha de alta tensão da Light que corta a Fazendinha, contemplada com a última das seis estações do teleférico que está sendo construído. Segundo o presidente da Associação de Moradores da Fazendinha, Williams Florêncio da Silva, “qualquer incêndio no local colocaria em risco a vida de 22 mil moradores”. Outro grave problema do local é uma cachoeira de esgoto que desce das partes altas do morro e invade a Vila Paloma, uma das regiões mais baixas do Complexo do Alemão.

A luta da comunidade para pôr fim a este problema remonta a 2003, quando foi aberto um processo administrativo na Prefeitura do Rio relatando as péssimas condições nas quais viviam os moradores de Vila Paloma. Nenhuma providência foi tomada, e, em janeiro de 2006, as chuvas fortes causaram um grande estrago no local. Muitos moradores perderam móveis, roupas e eletrodomésticos, e as estruturas das casas foram seriamente danificadas, levando a Defesa Civil a interditar 48 delas. Outras reclamações foram feitas à Prefeitura, à Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) e ao Ministério Público do Estado no decorrer de 2007, mas o problema não foi solucionado.

– Muita gente duvidava dos resultados do movimento organizado – afirma Charles Correa, membro da Comissão de Moradores de Vila Paloma. A resposta veio com o PAC. A EMOP já retirou 116 famílias do local para a realização das obras. O projeto prevê a execução da macrodrenagem do esgoto e a construção de áreas de lazer no local – quadras, playground e um palco –, além da recomposição da mata ciliar e a implantação de uma horta comunitária. A terraplenagem do terreno já foi concluída, e o novo sistema de drenagem da Rua Antônio Austregésilo está sendo implantado.

Líderes do movimento pelo resgate da região e moradores sobreviventes de enchentes, transferidos da região de risco para novos apartamentos do PAC, estarão presentes ao início dos trabalhos e à apresentação do projeto. Na oportunidade será distribuído à imprensa um DVD mostrando cenas antigas da destruição causada pela cachoeira de esgoto, além de outros graves problemas da Vila Paloma.

O ponto de encontro será na esquina da Avenida Itaoca com a Rua Antônio Austregésilo, junto à subestação da Light.

Fonte: Governo do Estado do Rio