Mais de 2,5 mil pessoas puderam conhecer o palco de reuniões de chefes de Estados e de decisões políticas importantes desde janeiro de 2015, quando teve início o projeto Palácio Guanabara de Portas Abertas. As visitas guiadas acontecem a cada 15 dias, em três horários (9h, 10h e 11h) e os interessados em participar devem enviar e-mail para [email protected], com nome completo, número do documento de identidade com foto e telefone para contato.
– Acreditamos que esse projeto pode ajudar a população e os turistas a conhecerem um pouco mais a história do Rio de Janeiro e do Brasil e ficamos muito felizes em saber que a procura só aumenta. Além de ser um passeio muito agradável, o visitante vai poder matar a curiosidade e ter acesso ao local onde são tomadas diversas decisões importantes em nosso estado – disse o secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola.
Quem realizar a visita vai conhecer, entre outras dependências do prédio histórico, o Salão Estácio de Sá, que abriga o gabinete do governador licenciado Luiz Fernando Pezão. O cômodo de 90 m² serviu como sala de jantar na época em que o prédio era residencial.
O gabinete possui todas suas janelas voltadas para o jardim interno do Palácio. A mesa de trabalho do governador, que pertenceu ao presidente Getúlio Vargas, é uma das atrações principais do cômodo. A peça é feita de madeira maciça, tem detalhe de patas de leão nos pés e o símbolo da república na lateral. Todo ambiente está pintado de rosa, cor encontrada nas pesquisas históricas feitas na parede.
O Salão Getúlio Vargas, mais conhecido como Salão Verde, também faz parte do percurso. Segunda maior sala do Palácio Guanabara, com 118 m², o Salão Verde é conhecido por esse nome em razão do mármore esverdeado em suas paredes e pilastras e nichos de granito verdes. O espaço foi decorado, na época, pelo próprio presidente Getúlio Vargas. Hoje, o Salão Verde é local de assinaturas de convênios e entrevistas oficiais.
Além disso, a visita ainda passa pelo Salão Nobre e pela sala onde foi descoberto, em 2011, um calçamento tipo “pé de moleque” centenário. O jardim é outro ponto alto do tour. A visita termina na Capela de Santa Terezinha, construída a pedido de Carmela Dutra, esposa do ex-presidente Eurico Gaspar Dutra.
Durante o passeio, os visitantes assistem à apresentação do grupo de jovens do projeto Ação Social pela Música do Brasil, que conta com o apoio do RIOSOLIDARIO, e beneficia moradores de comunidades pacificadas. As visitas contam ainda com a participação de estudantes do curso de Turismo e Hospitalidade do Senac RJ, parceiro do Governo do Estado no programa.
Construção conta a história do estado e do país
O início da construção do Palácio Guanabara data de 1853, para servir de residência familiar. Em 1864, foi vendido à Família Imperial, que o reformou para receber a princesa Isabel e seu esposo, o Conde d’Eu, passando a se chamar Paço Isabel. Na época, foram plantadas diversas plantas exóticas no local e uma fileira dupla de palmeiras imperiais na recém-inaugurada Rua Paissandu. O espaço foi um dos mais importantes locais de reunião do Rio de Janeiro, até então único grande centro urbano do país.
Em 1890, a construção foi declarada patrimônio nacional e recebeu seu nome atual, Palácio Guanabara. No decorrer dos anos, foi moradia oficial de presidentes da República, como Marechal Hermes da Fonseca, Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra, último a viver no palacete, na década de 40. A partir de 1946, o palácio passou a abrigar a Prefeitura do Distrito Federal até a criação do Estado da Guanabara, em 1960. Desde então, a construção se tornou sede do Governo do Estado e recebeu governadores, entre os mais antigos Floriano Peixoto Faria Lima, Antonio de Pádua Chagas Freitas, Leonel Brizola e Marcello Alencar, e atualmente o governador Luiz Fernando Pezão. Em 1968, ganhou o Prédio Anexo, com seis pavimentos, onde funcionam hoje as subsecretarias da Casa Civil e de Governo. O prédio abriga ainda o gabinete do vice-governador.
Atualmente, a construção mantém características centenárias que conferem beleza especial ao local. No caso do jardim, o desenho foi idealizado pelo paisagista francês Paul Villon no começo do século 20 e se mantém intacto até hoje. No local, está o chafariz de Netuno, pequeno lago com a estátua do deus da mitologia romana que foi desenvolvida pela Fundição Val d’Osne, mais importante fundição do século 19, localizada na França. O jardim também é adornado por alamedas de palmeiras imperiais e árvores frutíferas exóticas, como mangueira, caqui-preto, pêssego-da-Índia e olho-de-dragão.