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Palestra aborda memória

A Associação de Imprensa da Barra da Tijuca (AIB) com o apoio da Câmara Comunitária da Barra da Tijuca realiza a palestra gratuita para a comunidade com o assunto: Os Caminhos da memória. O palestrante é o conceituado neurologista Oscar Bacelar, Doutor pela Universidade de Basel – Suíça, que promete responder as principais dúvidas sobre o tema. O encontro será na Câmara Comunitária da Barra da Tijuca , dia 12 de agosto, às 11 horas. Ao final da palestra, o médico sorteará 5 exemplares de sua mais nova obra: Lembro, logo existo.A AIB gostaria se possível a confirmação da presença pelo [email protected]

Os diferentes tipos de memórias, os esquecimentos  "normais", sinais precoces da doença de Alzheimer e novos avanços  da neurociência serão discutidos.

Medidas comportamentais que, comprovadas cientificamente,  aumentam a neurogênese (nascimento de novos neurônios) e aumentam a plasticidade cerebral (comunicação entre os neurônios) também serão tema da palestra.

Ao final, o médico sorteará 5 exemplares da sua mais nova obra, o livro Lembro, logo existo.

Dia 12 de Agosto
Local: Câmara Comunitária da Barra da Tijuca
Av. Marechal Henrique Lott, 135 – Parque das Rosas
Barra da Tijuca
Hora: 11 horas
Promoção AIB

 

As imperfeições da memória
Todas as informações registradas neste texto, por exemplo, estarão intactas no software do seu PC por uma infinidade de anos. Sempre que quiser resgatá-las, basta clicar no arquivo correto do sistema operacional e buscar a informação. No entanto, essa informação será sempre a mesma. Não será modificada, atualizada, corrigida ou até mesmo esquecida. Será a mesma.
 
Nosso cérebro é diferente. Ele não registra todas as informações como se fosse uma câmera filmadora, registra trechos que seleciona como relevantes.
 
Certamente, o componente afetivo/emocional e motivacional é o principal fator modulador para a aquisição da informação e consolidação desta na memória. Como por exemplo: imagine que você encontre uma pessoa interessante e consiga o telefone dela ou dele, por outro lado, alguém pede para que você grave rapidamente o telefone de um dentista para que essa pessoa marque uma consulta. De quem você gravará o telefone? Em outra situação, imagine que você conheceu uma pessoa não muito interessante e, dela ou dele, obteve o número do telefone, por outro lado, você está com uma dor de dentes terrível e alguém lhe dá o número do telefone do dentista. De quem você lembrará o telefone?
 
Veja que o componente afetivo desempenha um papel fundamental na aquisição da informação.
 
Obviamente, outros fatores também são importantes para uma retenção adequada.  É preciso haver condições internas ideais para uma aquisição perfeita, a pessoa não pode estar com fome ou sede, não pode estar com sono, não pode haver preocupação externa, deve estar confortável e, principalmente, precisa  estar predisposta a receber a informação. Ou seja, deve prestar atenção. É muito comum pessoas se queixarem de esquecimento, onde, na realidade o problema é desatenção.
 
Fatores externos também ajudam, como ausência de fatores distratores, como ruídos por exemplo, apesar do cérebro ser capaz de eliminar a percepção desses distratores externos na maioria dos casos.
 
Mesmo em condições ideais, atentos, motivados e etc, o cérebro não capta tudo, como dito anteriormente. Ademais, o cérebro pode se tornar incapaz de formar novas memórias (saturação) após situações onde já houve excesso de informação recebida, e a nova memória a ser consolidada pode sofrer interferências, quando um evento ou informação de forte componente emocional, por exemplo, ocorre nas horas subsequentes da aquisição daquela informação inicial, atrapalhando a sua consolidação.
 
Os trechos armazenados são, então, evocados através de dicas que enviamos ao cérebro. A história a ser contada, por exemplo, baseia-se na junção dos trechos arquivados e de nosso raciocínio, a fim de formar uma história coerente. Desta forma, não é incomum maximizarmos, minimizarmos ou misturarmos informações, até mesmo incorporando fatos irreais ao fato que deu origem à memória. Daí, pode-se concluir porque os pescadores aumentam o tamanho dos peixes pescados, ou porque geralmente ninguém lembra dos defeitos das pessoas que morreram ou, porque indivíduos que viajam com muita freqüência podem  trocar “na sua memória” os lugares que foram com pessoa X ou Y.
 
Como se não bastasse, a memória para fatos tende a ser esquecida a longo do tempo. Passado certo tempo, é comum um filme que você já viu ser reprisado na televisão e você não ter lembrança alguma sobre o enredo deste filme, o que não ocorreria dias após o filme, muito menos horas após tê-lo visto pela primeira vez, por exemplo.
 
Enfim, não gravamos tudo, nossa memória sofre saturação e interferência, tendemos a nos esquecer os trechos que gravamos e, ao recordarmos determinada informação podemos evocá-la repleta de imperfeições. Pasmem senhores, tudo isso é normal!

Fonte: AIB