Início Plantão Rio Palmares cobra solução para problemas nas barcas

Palmares cobra solução para problemas nas barcas

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou os acidentes e problemas do transporte aquaviário do Estado do Rio de Janeiro (CPI da Barcas), deputado Gilberto Palmares (PT), apresentou, na manhã desta terça-feira (06/10), o relatório final da CPI ao secretário de Estado de Transporte, Júlio Lopes, e pediu que o Poder Executivo tome providências em benefício do usuário.

– Até agora só foram tomadas medidas pontuais e paliativas que eu considero insuficientes, e mesmo assim só ocorreram depois da CPI. Um exemplo é o preço da passagem para Paquetá no final de semana, que custa normalmente R$ 9 e eles hoje estão mantendo o preço promocional de R$ 4,50 por força do nosso trabalho e pressão da CPI, comentou Palmares, que lembrou também do acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de 10 embarcações.

– Até agora só foram construídas sete embarcações, sendo que três para Charitas e quatro para Niterói. E para os outros destinos, como Paquetá? Temos que pensar no melhor para o passageiro e não para a empresa, concluiu o parlamentar, durante reunião do grupo de trabalho criado pela secretaria para buscar melhorias para o sistema aquaviário.

Também presente ao encontro, o técnico da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio (Agetransp), Nelson Couto, acredita que sem uma mudança na estrutura do contrato de concessão com a empresa Barcas SA será muito difícil colocar em prática as propostas do relatório.

– O documento está sendo encaminhado para a Agetransp somente agora, pois antes só tínhamos conhecimento através do Diário Oficial do Legislativo. Estamos acompanhando as atividades da empresa, mas somente com o decorrer do trabalho é que vamos dar diretrizes para as futuras ações. Eu não posso falar em nome da agência, mas será difícil implementar determinadas coisas que estão no relatório, concluiu Nelson Couto.

O secretário Júlio Lopes também acredita que a reformulação do contrato é a melhor saída. Ele utiliza como exemplo os acordos firmados entre o governo, o Metrô Rio e a Supervia, responsáveis respectivamente pelos serviços de metrô e trem.

– Nós temos que discutir o contrato fazendo uma revisão nos problemas que foram encontrados ao longo dos anos de concessão. Tivemos o exemplo do Metrô, onde eles estão fazendo um investimento na ordem de R$ 1,5 bilhão e estamos finalizando os entendimentos com a SuperVia, onde esperamos um investimento por parte deles na ordem de R$ 2 bilhões. Esperamos fazer o mesmo com a Barcas SA para que eles investir mais comentou Júlio Lopes.

O próximo passo do grupo de trabalho será uma nova reunião, no dia 20 de outubro, em local ainda indefinido. O objetivo será ouvir os engenheiros da Defesa Civil que avaliaram as estações de embarque e desembarque da empresa Barcas S/A e levantaram diversos problemas de estrutura e segurança. O grupo de trabalho ainda conta com representantes da concessionária Barcas S/A.

Entre as propostas mais importantes estão o retorno da barca da madrugada; a redução das tarifas para Paquetá, Ilha Grande e Ilha do Governador e a utilização dos recursos do ICMS pago pela empresa Barcas SA na melhoria das linhas de Paquetá, Ilha do Governador e Ilha Grande e na implantação da estação em São Gonçalo.

Também estão incluídos no relatório a garantia do oferecimento de 12 mil lugares nos horários do rush na linha Rio/Niterói/Rio; a abertura do edital de licitação para a estação de São Gonçalo; a apresentação de projeto de lei estabelecendo um tempo de vida útil para as embarcações; a construção, pela Barcas SA, das três embarcações previstas no empréstimo feito pela empresa junto ao BNDES e a implantação do bilhete único no sistema aquaviário, permitindo que os usuários possam reembarcar em qualquer estação sem pagar nova passagem.

 

 

Fonte: Alerj