O papa Bento XVI definiu o presidente israelense Shimon Peres como "verdadeiramente um bom amigo e um homem que demonstrou uma verdadeira intenção de paz"
Em visita ao Memorial Yad Vashem de Jerusalém, o papa Bento XVI lembrou as vítimas do Holocausto e defendeu que "nunca mais um horror similar possa desonrar a humanidade. Que os nomes destas vítimas jamais sejam esquecidos, que seus sofrimentos jamais sejam negados, esquecidos ou minimizados".
O pontífice visitou a Sala da Memória, onde estão escritos os nomes dos 22 campos de extermínio nazista e onde depositou uma coroa de flores com as cores amarela e branca do Vaticano. Após um momento de silêncio, conversou com seis sobreviventes. "A Igreja Católica sente compaixão pelas vítimas que aqui recordamos, e está ao lado de todas as pessoas perseguidas por sua raça, cor, condição de vida ou religião". Bento XVI ressaltou que a Igreja Católica está comprometida "a trabalhar sem descanso para evitar que o ódio não reine mais no coração dos homens" e qualificou o antissemitismo de "inaceitável", destacando que, infelizmente, ele continua levantando sua "repugnante cabeça em algumas partes do mundo".
Rabino critica mensagem de Bento XVI sobre Holocausto
O Museu do Holocausto de Jerusalém expressou desapontamento com o conteúdo do discurso do papa Bento XVI. "O discurso foi lindo, mas acho que perdeu uma grande oportunidade: não lembrou que os que cometeram este massacre foram os alemães", afirmou o rabino Meir Lau, sobrevivente do genocídio e presidente do Conselho Diretor da instituição, acrescentando que, "ao contrário de João Paulo II, Bento XVI não falou do assassinato, mas da morte de judeus, o que não é o mesmo".
Além disso, o rabino lamentou não ter ouvido um "arrependimento" da parte de Bento XVI, que "também não mencionou o número de 6 milhões" de judeus que morreram. Por outro lado, o rabino elogiou a taxativa condenação ao Holocausto e ao antissemitismo feita pelo papa.
Já o presidente de Israel, Shimon Peres, afirmou que "os laços de reconciliação e entendimento estão agora sendo costurados entre a Santa Sé e o povo judeu". Ele ressaltou que o entendimento entre líderes espirituais pode abrir caminho para os líderes políticos.
Fonte: ABN News