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Pesquisa mostra influência negativa da TV

Mais uma pesquisa, desta vez mexicana, tem resultados que mostram os problemas entre televisão e hábitos de alimentação em crianças. Em artigo publicado na Revista Chilena de Nutrição, Arturo Moreno e Luis Toro Zapata, da Escola de Ciências da Comunicação da Universidade Autônoma de São Luis Potosi (México) – afirmam que “usos exagerados de TV estão relacionados com um grande consumo de gorduras e açúcar e maior consumo de fast foods”.

A pesquisa abordou a TV como mediador do fenômeno da obesidade e,  conforme a introdução do trabalho, os dados foram obtidos em São Luis Potosi, no México.  A investigação foi realizada tendo como objetos de estudo crianças entre 6 e 13 anos de idade, que estudavam em escolas primárias na região urbana na cidade, provenientes de famílias incluídas na classe média. Os autores afirmam que foram utilizadas, entre outras ferramentas de pesquisa, discussões em grupo e entrevistas individuais. A metodologia teve por objetivo obter resultados qualitativos – quanto à natureza das informações recebidas – e quantitativos – quanto à quantidade das informações que se tornariam disponíveis para o desenvolvimento da tese.
 
Como resultados da apuração, os autores afirmam que cerca de 80% das crianças pesquisadas comem enquanto assistem TV, e outra quantidade equivalente assiste TV enquanto come. Também consta que 41% das crianças assistem de uma a três horas diárias de televisão, e outros 29% assistem mais de três horas. Dados estatísticos apresentados pelos pesquisadores apontam que 5,2% das crianças apresentaram um índice de massa corporal (IMC) maior que 25, e 3,4% um índice maior que 27. Embora, a maioria das crianças, então, não tenha apresentado sobrepeso ou obesidade, para os pesquisadores, os dados já indicam preocupação e necessidade de alerta para a situação que irá se desenvolver com estes indivíduos na idade adulta.

Os autores concluíram que “as crianças são capturadas por imagens e discursos televisivos que são diariamente reproduzidos em seu ambiente social”, e, portanto, seriam “muito suscetíveis ao bombardeio sistemático das imagens dos programas e dos comerciais”, o que promove uma prática consumista na escolha e utilização de alimentos, promovendo exatamente a eleição do uso de acúcares, fast foods e gorduras.

Para os pesquisadores, “A obesidade se associa à equação criança / televisão / consumo / obesidade”, e “a pesquisa contribui para os esforços da comunidade médica no tratamento da obesidade, destacando e visualizando as relações entre a moléstia e o ato de assistir televisão”. Eles afirmam ainda que “o estudo comprovou que a ciência social e a comunicação podem estudar problemas de saúde pública, que anteriormente eram estudados e atacados de maneira unidisciplinar. Ambas as ciências podem chegar a resultados pouco conhecidos, e é por isso que essa investigação descobriu cientificamente que a televisão atual é uma fonte de poder que interfere de maneira ideológica no consumo alimentício e televisivo”. 

Fonte: Agência Notisa