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Pesquisa revela ascensão da Barra da Tijuca

 

Enquanto aguarda a aprovação do projeto de lei que reestrutura a Região Metropolitana e cria a Agência Executiva da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, o diretor-executivo da Câmara Metropolitana de Integração Governamental, Vicente Loureiro, analisa, em entrevista para o D.O Notícias, o estudo sobre centralidades, realizado em parceria com o Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), sob patrocínio do Sebrae-RJ. Com base no estudo, que traça o perfil econômico de 156 áreas da Região Metropolitana, Vicente Loureiro destaca a evolução da região nos últimos 40 anos, com a ascensão da Barra da Tijuca, agora reforçada pelo legado olímpico, além da concentração dos empregos formais no Centro do Rio.

 


D.O Notícias – Como um estudo sobre centralidades ajuda na elaboração do Plano Estratégico?

Vicente Loureiro – Medir as centralidades de cidades e bairros significa saber qual é a densidade de empregos, de empresas instaladas, de desejos de viagens para aquele lugar, de renda, matrículas escolares e diversidade econômica. Ajuda a compreender a dinâmica econômica da região. Estudamos 156 centralidades, entre centros de cidades do Rio e dos demais 20 municípios e também centros de bairros.

 

 

D.O Notícias – Quais alterações ocorreram no ranking das centralidades?


Loureiro – 
A principal centralidade continua sendo o Centro do Rio. Campo Grande é a segunda, e a Barra da Tijuca, a terceira. Há 40 anos, a Barra nem sequer existia, foi completamente inventada. E Niterói, que era a segunda ou terceira centralidade, hoje está na 11ª posição. No entanto, a cidade é a que tem o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. Houve uma concentração de 75% dos empregos formais em centralidades do município do Rio de Janeiro, sobrando para o restante da região pouco mais de 20% dos empregos formais.

D.O Notícias – Qual é o impacto do legado da Olimpíada sobre esse quadro?


Loureiro – 
O Centro do Rio e algumas centralidades ficarão ainda mais dinâmicas com o legado da Olimpíada. A Barra, por exemplo, já detém 171 mil empregos formais. Certamente, o metrô da Linha 4 e o BRT (Transcarioca, Transolímpica e Transoeste) fortalecem essa centralidade. A Barra será uma das centralidades mais importantes da Região Metropolitana no curto espaço de tempo.

 

 


D.O Notícias – E o que falta para Niterói recuperar a importância que já teve?


Loureiro – 
Não é saudável para a Região Metropolitana que Niterói não exerça uma centralidade importante, dado que tem estrutura para isso, com equipamentos sociais e culturais relevantes. O que falta para o lado leste é um sistema de transporte robusto, de média e alta capacidade. É tudo por ônibus ou barca. É preciso que a gente construa, de fato, uma solução de transporte estruturante para o Leste Metropolitano, envolvendo Niterói, Itaboraí, São Gonçalo, Maricá, Cachoeiras de Macacu e Tanguá.

 

 


D.O Notícias – Quais são os outros destaques?


Loureiro – 
Nós percebemos que a cidade de Nova Iguaçu ganhou destaque, ficou na quarta posição. Viveu realmente um processo de fortalecimento de sua centralidade por razões de acessibilidade e que precisam ser cuidadas.

D.O Notícias – O transporte é fundamental para o desenvolvimento de uma centralidade?


Loureiro – 
Não tenho a menor dúvida sobre o papel indutor do transporte. No estudo, chama atenção o papel da Linha 1 do metrô, da Tijuca até Botafogo. O metrô transformou essas centralidades, levando para si comércio e serviços variados, no caso da Tijuca, e comércio e serviços especializados em saúde, além de grandes empresas, no caso do bairro de Botafogo.

 

 

 

As 30 maiores centralidades:

 

1) Centro do Rio

2) Campo Grande

3) Barra da Tijuca

4) Nova Iguaçu (Centro)

5) Tijuca

6) Bonsucesso/Ramos/Olaria

7) Botafogo

8) Duque de Caxias (Centro)

9) Bangu

10) São Cristóvão

11) Niterói (Centro)

12) Rio Comprido

13) Penha

14) Vila Isabel/Maracanã

15) Méier

16) Ipanema/Leblon

17) Copacabana

18) Santa Cruz

19) São João de Meriti (Centro)

20) Flamengo

21) Taquara

22) Alcântara

23) Ilha do Governador

24) Irajá

25) Realengo

26) Madureira

27) São Gonçalo (Centro)

28) Zona Portuária

29) Jardim Primavera (Caxias)

30) Gramacho (Caxias)