Foi realizado na manhã de quarta-feira (18/09) o café da manhã empresarial promovido pela Acibarra – Associação Comercial e Industrial da Barra da Tijuca, na Fundação Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, RJ. O evento teve como tema principal o transporte público e a mobilidade da região da Barra da Tijuca e adjacências.
De acordo com o secretário Municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, apesar de ter nascido tardiamente na cidade, a Linha 4 do o metrô vai ter um impacto muito significativo no trânsito local, mesmo não chegando, neste momento, até o Terminal Alvorada, como é o desejo de muitos moradores. “Vários foram os fatores que contribuíram para essa demora, falta de recursos, falta política de gestões passadas, entre outras. Para se ter uma ideia esse investimento só começou a ser feito na década de 70, isso que fez com que hoje a gente tenha uma realidade muito difícil”, explicou.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Transportes, 80% das viagens realizadas por ônibus, vans e carros e apenas 20% são realizadas em transportes de alta capacidade, e é justamente essa situação que a prefeitura quer reverter.
Osório também ressaltou que a Barra está se tornando o novo Centro da cidade e precisa de transportes públicos de qualidade para atender essa demanda. “Para se fazer uma comparação, o Rio possuía uma malha subterrânea de 17km e com esses últimos investimentos estamos construindo 16km, apenas nesses últimos anos”, ressaltou.
O secretário também comentou sobre a opção pelo BRT que não é uma unanimidade entre a população, que na maioria das vezes prefere o metrô: “Posso dizer que essa foi uma solução dramática que tivemos que tomar, muito por causa do custo e do tempo que a execução dessas obras exige. O metrô crescia apenas 700 metros a cada quatro anos, por isso optamos pelo BRT por ser mais barata, rápida e por já estarmos no limite do nosso sistema viário”, falou ele.
Para Osório essa foi a maneira mais eficaz para estabilizar o sistema viário da cidade. Uma das principais características defendidas pelo secretário é a maneira como as estações são feitas, elas são desmontáveis e podem ser transportadas para outros lugares de acordo com as necessidades. As vans também estão sendo regularizadas para desafogar cada vez mais o trânsito.
Osório enumerou algumas metas traçadas pela prefeitura para serem cumpridas, as principais são:
• Reduzir o tempo médio pela metade dos percursos da cidade;
• Reduzir as taxas de acidentes;
• Integrar todos os transportes pelo Bilhete Único;
• Alcançar 60% dos usuários de transportes na alta capacidade;
• Conclusão de todos os corredores expressos;
• Modernização de todos da frota de 3D;
• 100% dos táxis ordenados;
De acordo com estudos o colapso aconteceria em 2025, por esse motivo foi necessário um plano radical o transporte da cidade do RJ. “Queremos que os donos de carro se sintam seguros para trocar o veículo para o transporte público”, disse Osório.
Com relação aos problemas de superlotação dos veículos do BRT é que algumas pessoas que não estavam previstas de usar esse transporte passaram a usá-lo: “Posso dizer que essa procura se deve justamente do sucesso desses veículos, algumas pessoas preferem pegar os BRTs a continuarem a pegar os ônibus que estavam acostumados”, falou o secretário. Vale ressaltar que o Rio será a primeira capital a ter um transporte especial (BRT) servindo o aeroporto internacional, ele acrescentou.
Com relação a uma das principais reivindicações da população (chegada do metrô até o Alvorada) ainda não existe um projeto para isso acontecer. Mesmo considerando que seria a solução mais viável, de acordo com Osório: “Barra, Recreio e Jacarepaguá vão ser as regiões mais afetadas e melhoradas na questão de transportes. Vai ser transformador conseguir implantar todas essas obras que estão no cronograma”, disse.
Uma boa notícia para os moradores são as áreas de lazer que serão deixadas como legado de todas essas obras: “O Parque Olímpico está sendo planejado para se transformar em outras estruturas para melhorar a vida das pessoas. O passeio olímpico vai ser uma nova “Copacabana” e o Parque dos Atletas um novo Aterro do Flamengo”, finalizou.
O subprefeito da Barra, Tiago Mohamed, citou a importância dos investimentos em infraestrutura para melhor ainda mais o trânsito local: “A Barra cresceu sem investimento em transportes, estamos aproveitando toda essa revolução para investir em infraestrutura, por exemplo, a Ayrton Senna não terá mais sinais de trânsito, estão sendo construídas passarelas para pedestres, tudo isso para permitir que a população possa se locomover mais facilmente”, disse.
O transporte aquaviário também está nos planos da prefeitura, porém ainda está em fase de desenvolvimento de projeto, porém Osório acredita que em um futuro próximo ele já esteja funcionando: “O mais caro já está pronto e a dragagem já está sendo feita para se conseguir a profundidade necessária”, explicou.
A vereadora Laura Carneiro falou sobre o sistema de BRS para a região, que foi descartada pelo secretário Osório por não ter a capacidade necessária para atender a região.
Fizeram parte da mesa, além do secretário Osório, o vice-presidente da ACIR, Henry Carvalho, Alexandre Castro represente do BRT, Ricardo Menezes da OAB-Barra, o diácono Elcio representando Dom Orani, Luiz Igrejas da AMAR – Associação de moradores do Jardim do Oceânico, Tiago Mohamed, subprefeito da Barra e Jacarepaguá e Luisa Hotel. O vice-presidente José Wilson foi o mestre de cerimônia.
Fotos Joici Souza