Nesta manhã de 29 de janeiro, quatro lojas de informática localizadas no bairro de Campo Grande, na cidade do Rio de Janeiro, foram surpreendidas com uma operação de combate à pirataria realizada por agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro, com apoio da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software. Nessa operação, comandada pelo delegado Dr. Gilson Perdigão e batizada de LandLord, quatro pessoas foram presas e CDs e DVDs, contendo cópias ilegais de programas de computador, foram apreendidos, além de notebooks e um HD externo com pacotes completos de programas de computador. A polícia também está investigando a relação contratual entre esses pontos comerciais com os proprietários dos imóveis, além das autorizações para funcionamento dos estabelecimentos.
A ABES atua regularmente em ações com parceria das autoridades policiais em todas as regiões do Brasil para reprimir a comercialização de softwares piratas. “As operações de repressão ao comércio ilegal de software contribuem para que enfraqueça esse segmento que anda na contramão do crescimento econômico do país”, comenta Jorge Sukarie, presidente da ABES.
Mais de 480 mil CDs e DVDs apreendidos em 2013
No começo deste ano, a entidade divulgou o balanço das apreensões de mídias ilegais em 2013. Com a ajuda do Portal de Denúncias de Pirataria de Software – www.denunciepirataria.org.bre da sociedade ativa foi possível apreender 487.852 CD e DVDs de software pirata em 2013.
Além disso, 129 revendas de informática foram abordadas por autoridades policiais locais nas regiões Sul e Sudeste com suspeitas de comercializar programas de computador falsificado. No total, os agentes policiais, com suporte logístico da ABES, conseguiram apreender nessas revendas aproximadamente 3 mil itens piratas, entre software e seriais para ativação de programas de computador.
Brasil: índice de pirataria de software é de 53%
“O Brasil tem diminuído, consideravelmente, o consumo de produtos ilegais, mas ainda convivemos com um índice de 53% de pirataria de software. Um estudo da BSA – The Software Alliance aponta que cada dólar adicional investido em software legal representa um retorno de investimento estimado em US$ 59, enquanto o retorno para cada dólar em software pirata em circulação é de apenas US$ 26”, comenta Sukarie.
Esse mesmo estudo indica que o aumento de 1% no uso do software devidamente licenciado geraria um valor estimado de US$ 1,4 bilhão na produção nacional, o dobro do valor associado a um aumento semelhante no uso de software pirata: US$ 743 milhões.
Multa pode chegar a 3 mil vezes o preço de cada programa usado ou reproduzido
Uma pesquisa divulgada pela Fecomércio-RJ sobre consumo de produtos piratas no Brasil levantou que as consequências desse comportamento não são consideradas pelo consumidor na hora da compra. Em 2012, 97% dos que haviam comprado produtos piratas afirmaram que o custo mais baixo era o principal atrativo.
“Ao contrário do que se imagina, o consumo de cópias falsificadas de software pode trazer prejuízos econômicos para o País e para os consumidores. As chances de infecção por malwares inesperados atingem um a cada três consumidores e três a cada 10 empresas que utilizam software pirata, segundo estudo do IDC. Além disso, as empresas que fazem uso desses produtos podem responder criminalmente com uma pena, que pode variar de seis meses a dois anos, ou serem multadas com valores que chegam a 3 mil vezes o preço de cada programa usado ou reproduzido”, finaliza Sukarie.