Por Joyce Pimentel*
A polícia descartou a participação do policial militar, Lúcio Silveira – que estava junto ao ex-vereador Josinaldo Francisco da Cruz, o Nadinho de Rio das Pedras, no momento em que foi assassinado, na semana passada, com grupos milicianos.
Após depoimento de mais de quatro horas de duração na sede da chefia de Polícia Civil, a conclusão a que chegaram os investigadores é que o policial foi ao encontro de Nadinho para tratar de questões comerciais. O assunto seria o interesse de Nadinho em comprar um campo de futebol de grama sintética, no bairro do Anil, em Jacarepaguá. O depoimento do PM ainda levantou a suspeita de que há policiais envolvidos no crime.
Segundo o delegado titular da Delegacia de Homicídios (DH), Jader Amaral o cabo da PM e Nadinho se conheceram através de um amigo em comum.
— Está descartada a participação dele (Lúcio Silveira) com grupos de milícia. Tudo o que a testemunha nos revelou, em depoimento, correspondeu aos fatos. A vítima foi ao encontro de Nadinho, que estava acompanhado de assessor para tratar de negócios. No momento em que os criminosos efetuaram os disparos, o PM estava de costas, totalmente desprevenido — revelou.
Há três dias o cabo da Polícia Militar estava preso administrativamente acusado de ser s segurança de Nadinho. Mas, após o depoimento de ontem, segundo Jader Amaral, o policial deverá ser liberado nas próximas horas.
A participação de policiais no assassinato do ex-vereador é, até o momento, a principal suspeita dos investigadores, que ficaram mais contundentes após o depoimento prestado pelo PM na tarde de ontem. A vítima contou que teve a vida poupada por alegar aos criminosos que era policial.
— Estamos quase certos de que há envolvimento de policiais no crime. Isto ficou ainda mais claro após o depoimento da vítima em ter a vida poupada por ser um PM. Segundo o cabo logo depois de ter se identificado, os criminosos pularam seu corpo e continuaram a perseguição atrás de Nadinho. Se fossem bandidos comuns, a tendência, em um caso como este, é matar o policial, e não poupá-lo — afirmou Jader Amaral.
Até o momento, a polícia trabalha com a hipótese de que cerca de quatro bandidos tenham participado do crime e que o carro utilizado possa ser um Audi prata. No entanto, não há informações que elucidem a maneira como os criminosos entraram no interior do prédio. Imagens do circuito interno de TV do condomínio e de câmeras da Cet-Rio instaladas na Avenida Abelardo Bueno, estão sendo analisadas. O crime teria sido motivado pela disputa entre milícias pelo controle do poder da favela Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio.
* repórter especial AIB – [email protected]
Fonte: AIB