Noventa escolas estaduais passaram a contar, desde quarta-feira (02/05), com o reforço de 423 policiais militares fardados e armados na portaria e cercanias das unidades. A medida, que beneficia 115.490 alunos e 6.279 professores, além da diretoria, funcionários e de bens patrimoniais, foi assegurada com a assinatura, no Palácio Guanabara, de um Termo de Cooperação pelas secretarias de Educação e Segurança. O ato instituiu o Programa Estadual de Integração de Segurança (Proeis) na rede estadual de ensino.
Para o governador Sérgio Cabral, o convênio é mais uma prova da integração dos setores, adotada pela administração do Estado nos últimos anos. Uma parceria que otimiza recursos e traz benefícios para todos.
– Essas 90 escolas que recebem o Proeis vão ganhar um outro nível de valor. Os pais desses meninos e meninas passam a ter outro nível de tranquilidade em relação a seus filhos e filhas. E os diretores e professores passam a ter outro nível de tranquilidade em relação ao ir e vir. É uma nova visão da polícia que é o que está acontecendo hoje em todo o Rio de Janeiro – afirmou Cabral.
A Secretaria de Educação vai investir R$ 2 milhões por mês na contratação dos policiais. As escolas foram selecionadas em 21 municípios, 37 somente na capital, de acordo com a realidade de cada uma e por solicitações de diretores. A primeira fase funcionará como experiência para uma futura expansão a toda a rede estadual. O secretário de Educação, Wilson Risolia, não tem dúvidas do sucesso da medida.
– Temos 154 escolas em áreas de UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), 15 dentro delas. Tivemos do ano passado para este um aumento de matrícula de 28% nessas 15 e de 20% nas demais ao redor. A gente percebe que muitos jovens estão voltando a frequentar a escola. A tendência é aumentar o número de matrículas com o Proeis – aposta o secretário.
Os policiais escalados para atuar em escolas nas horas de folga terão, de segunda a quarta-feira da semana que vem, um treinamento especial para aprender a lidar com as possíveis situações que surgirem. Beltrame considera o programa uma forma digna e segura de dar ao policial a alternativa ao bico com garantia de seus direitos trabalhistas.
– Muitos policiais, várias vezes, fazem este tipo de atividade sem nenhum tipo de amparo, podendo, inclusive, pôr a vida em risco e posteriormente vir a deixar seus familiares totalmente desamparados – frisou Beltrame.
Alunos e professores aprovam a iniciativa
A aluna Aimée Pereira Melo, 17 anos, aluna do 4º ano do Ensino Médio Integrado do Centro Interescolar Estadual Miécimo da Silva, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, que discursou em nome dos alunos, disse que se sente mais segura com a presença de policiais nas cercanias do colégio e acredita que o sentimento é geral entre os estudantes dos colégios escolhidos.
– A presença desses policiais pode inibir pessoas que estiverem pensando em fazer algum ato que não seja bom para a escola e para quem a frequenta. Talvez, isso possa impedir, inclusive, fatos como o que ocorreu na escola de Realengo – lembrando a aluna a tragédia do ano passado em que um ex-aluno invadiu o colégio e atirou em muitos estudantes, matando 12 deles.
Para o estudante Ozias Silva, da Escola Estadual Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado, o reforço de policiamento nas escolas é positivo para toda a população.
– Com a iniciativa ganham os alunos, funcionários das escolas e moradores do entorno. Esta ação é muito importante para a nossa segurança – disse o jovem.
O aluno do Ensino Médio, Edílson Nascimento, também vê com otimismo a parceria da Polícia Militar com as escolas estaduais.
– Além do número de assaltos diminuir bastante, dificilmente acontecerá brigas entre alunos do lado de fora das unidades escolares. Estamos mais tranquilos – afirmou.
O Proeis começou, também nesta quarta-feira (02em Niterói (100 policiais/dia), no metrô (5), Cedae (2) e Inea (Instituto Estadual do Ambiente – 13). A adesão aumenta a cada dia, conforme relatou o coordenador do Proeis, coronel Odair Almeida Lopes. Até o fim do mês de maio, o convênio deve colocar policiais em São João da Barra, no Norte Fluminense (100 PMs/dia), na Ceasa (30 PMs), na Lansa/Linha Amarela (3) e nas Barcas (3). Estão em andamento negociações para convênio com prefeituras de Nova Friburgo, Quissamã, São João de Meriti, Búzios, Rio Claro e Magé.
O programas soma, atualmente, 5.747 policiais militares trabalhando nas instituições conveniadas, que incluem ainda a Light, a SuperVia, a Prefeitura do Rio e a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro(Codin), entre outros.
– A previsão é, a partir do segundo semestre deste ano, totalizar mais de sete mil policiais militares inseridos no programa – enumerou o coronel.
Os policiais cumprem três turnos de oito horas cada. Cada policial ganha R$ 200 para cada turno de oito horas trabalhadas, se for oficial, e R$ 150, se for praça. Ele pode trabalhar até 12 turnos em um período de 30 dias, chegando a perceber até R$ 2.100 mensais.
Fonte: Governo do Rio