O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, reafirmou em entrevista após os confrontos deste fim de semana com traficantes na Zona Norte do Rio, que a estratégia adotada pelo Estado no combate ao crime organizado não será desviada.
– Vamos continuar nosso trabalho. Isso, absolutamente, (não) vai fazer com que nossa estratégia se desvie – afirmou Beltrame, ressaltando, ao mesmo tempo, que a corporação vai continuar “enfrentando quem nos enfrenta”.
As políticas de segurança adotadas pelo Governo do Estado estão baseadas em aumento dos serviços de inteligência e na maior ocupação das favelas, além da renovação e do aumento da tropa policial, acompanhados de recomposição salarial.
– Essas mudanças miram uma cidade mais segura durante a Copa do Mundo em 2014 e na Olimpíada de 2016, mas o objetivo não é esse. Nossa preocupação básica é planejar a segurança para a cidade, para o cidadão, não para um período – ressaltou o secretário.
O secretário pretende apresentar em março um estudo sobre a necessidade de uma política mais qualificada e que atraia profissionais mais bem formados. O plano envolverá aumento de salário. A intenção, segundo antecipou Beltrame, é pedir ajuda financeira ao governo federal para os jogos de 2016.
José Mariano Beltrame reiterou que vai manter a atual política de segurança, fincada no enfrentamento em algumas localidades e na implementação da ocupação policial em favelas antes dominadas por grupos armados ligados ao tráfico de drogas ou a milícias. Desde dezembro, cinco comunidades (Dona Marta, Cidade de Deus, Chapéu Mangueira, Batan e Babilônia) estão sob ocupação policial. A meta é expandir a experiência a 47 favelas.
O fato de o Rio de Janeiro sediar a Olimpíada de 2016 não vai mudar a política de segurança traçada pela Secretaria de Segurança porque, de acordo com Beltrame, desde o início do governo Sérgio Cabral já havíamos traçado o planejamento. – Quando veio a Olimpíada, fomos ao Comitê Olímpico Internacional e dissemos que reconhecemos os problemas, mas que temos um plano, um horizonte para a segurança pública e estamos trabalhando. O comitê entendeu que estávamos num caminho coerente – explicou.
Segundo Beltrame, a Secretaria de Segurança elegeu quatro delitos como os principais a serem combatidos e reduzidos em suas estatísticas: homicídios, roubo a transeunte, roubo de veículos e latrocínio. Para o secretário, as polícias Civil e Militar estão trabalhando no sentido de reduzir o volume dessas ocorrências, embora admita que para um índice desse baixar tem que desacelerar em um primeiro momento para, depois, passar por um processo de queda.
O Governo do Estado tem planos para expandir a ocupação nas favelas dominadas pelos grupos armados. Das 100 unidades listadas, segundo Beltrame, a Secretaria de Segurança fez um ranking, seguido de planejamento para assistir 47 outras instaladas na cidade do Rio.
– A ocupação delas depende da formação de policiais. Às vezes, as pessoas me desafiam e dizem: Isso vai levar um tempo. Pode levar um tempão, mas é uma meta. O plano a ser seguido é inédito. O Rio levou 40, 50 ano, para deixar isso no estado que ficou. Temos de fazer o caminho inverso e não é mágica – assinala.
Beltrame acredita que até dezembro desde ano mais cinco comunidades serão ocupadas pela polícia pacificadora e dotadas com serviços sociais.
– Fechando isso, são dez comunidades, quase uma por mês. Em dezembro, formo 300 policiais. Em março, formo 1.300 e podemos fazer cinco ou seis pequenas comunidades ou uma grande – explicou o secretário.
Fonte: Governo do Estado Rio