Início Plantão Rio Políticas públicas contra Doença Falciforme

Políticas públicas contra Doença Falciforme

Equiparar a expectativa de vida dos portadores de doença falciforme, que hoje gira em torno de 50 anos, à do restante da população brasileira, cuja média é de 72 anos. O objetivo foi defendido pelo coordenador da Escola do Legislativo do Estado do Rio (Elerj), deputado Gilberto Palmares (PT), depois de participar do seminário “Cem anos de diagnóstico da anemia falciforme: avanço ou retrocesso?”, realizado nesta sexta-feira
28/5, no auditório Nelson Carneiro, no prédio anexo ao Palácio Tiradentes. “Este tipo de doença afeta principalmente a população negra, e ainda carecemos de políticas públicas nas três esferas de governo. Essa diferença de expectativa de vida se dá basicamente pela falta de acesso aos medicamentos e pela falta de atenção e tratamento igualitário”, observou o petista.

A anemia falciforme é uma doença que se caracteriza pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue. Estas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. Segundo dados apresentados pelo diretor de Políticas Públicas da Federação Nacional das Associações de Doença Falciforme, João Fernando Abreu, uma entre cada 1.200 pessoas nascidas no Brasil possui doença falciforme, que se caracteriza também por alterações no tamanho e no batimento do coração. Segundo Abreu, os portadores têm grande dificuldade em conseguir realizar exames de rotina.
“Fui a um hospital e me disseram que o ecocardiograma só era feito em pessoas de até 17 anos. Esta é uma doença hereditária, que precisa de acompanhamento constante. Além dos exames de coração, precisamos de uma boa estrutura para realizar transfusões constantes de sangue”, explicou Abreu.
 
Superintendente da Secretaria Estadual de Igualdade Racial do Estado do Rio de Janeiro, a atriz Zezé Motta vê preconceito na dificuldade de criar políticas voltadas para a saúde da população negra. “A parte menos favorecida da sociedade, que tem pouco acesso a informações, fica sem ter ideia do que é doença falciforme. Há dois anos, busco campanhas em televisão e rádio para alertar da gravidade do caso e só ouço que não é o perfil do programa. Esta parte da população está sendo deixada de lado, mas a luta contra isso continua”, ressaltou Zezé. Também estiveram presentes representantes da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (ABRAFH) e da Associação de Movimentos dos Renais Vivos e Transplantados do Rio (Amorvit).

Fonte: Alerj