A asma é uma inflamação crônica das vias aéreas, especialmente brônquios e bronquíolos, os quais se tornam hipersensíveis a diversos estímulos, desencadeando crises de tosse, chiado, falta de ar e aperto no peito. É responsável por cerca de 350.000 internações no país, anualmente, sendo a quarta causa de hospitalizações pelo SUS (Sistema Único de Saúde), conforme adverte do dr. José Eduardo Delfini Cançado, presidente Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
A mortalidade por asma aumentou gradativamente nos países em desenvolvimento nos últimos dez anos, correspondendo a 5% a 10% dos óbitos por causa respiratória. No Brasil, dados de 2000 revelam que a taxa de mortalidade foi de 2,29 a cada 100.000 habitantes. Em 2006, os custos do SUS com internações chegaram a 96 milhões de reais, o equivalente a 1,4% do gasto total anual com todas as doenças.
– É possível perceber que a prevalência da asma ainda é muito alta e merece atenção especial por parte dos pneumologistas – avaliou a Dra. Lílian Serrasqueiro Ballini Caetano, presidente da Comissão de Asma da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
O diagnóstico da asma é baseado na história do paciente e no exame clínico, associados à avaliação da alergia e a prova de função pulmonar, também conhecida como espirometria, que mede a capacidade pulmonar. Sintomas como tosse, chiado e falta de ar, principalmente à noite e pela manhã ao despertar, são indícios da doença.
Prevenção e tratamento
Evitar contato com irritantes como produtos de limpeza, fumaça de cigarro, exposição a alérgenos e ácaros, bem como o tratamento de manutenção adequado com agentes anti-inflamatórios, entre eles corticóides inalatórios, são maneiras eficazes para evitar as exacerbações. “Esta medida terapêutica prioriza principalmente a redução da inflamação das vias aéreas. O tratamento contínuo com corticóide inalatório depende da classificação e da gravidade da asma”, explica a dra. Lílian.
O corticóide inalatório é o principal medicamento utilizado no tratamento devido à sua ação profilática, melhorando o processo inflamatório dos brônquios, evitando a piora clínica dos sintomas e diminuindo a intensidade e frequência das crises, além de minimizar a perda da função pulmonar.
De acordo com o Consenso Brasileiro de Asma, o uso de corticóide inalatório isolado e, se necessário, associado à outra medicação, é a primeira alternativa para melhorar o controle clínico dos pacientes asmáticos. Medicamentos como beta 2 agonistas de longa duração, antileucotrienos, xantinas e corticóide oral são também opções para o controle da doença.
Plano Nacional de Controle da Asma
Diversos segmentos que prestam assistência aos pacientes asmáticos pleiteiam políticas públicas eficazes que viabilizem um tratamento efetivo e de qualidade. Em 1999, o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), a Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) firmaram um acordo que estabelece diretrizes para a criação do Plano Nacional de Controle da Asma (PNCA).
A partir de então, as entidades criaram alguns programas de controle e atenção à asma. O esforço gerou experiências acumuladas de tratamento multiprofissional, controle da doença, redução da mortalidade e da procura a serviços de urgência.
O resultado de algumas destas experiências foi a conquista de financiamento de medicamentos para asma grave (portaria GM 1.318) e, mais recentemente, a portaria 2.577, que obriga o fornecimento de beta-agonistas inalatórios de ação prolongada e corticóide inalatórios. Desde 2005, o benefício também vem sendo estendido para casos de asma leve e moderada (portaria GM 2.084).
Fonte: Acontece