Embora tenha avançado muito, o processo de despoluição da Baía de Guanabara ainda vai demorar. Por isso, a Secretaria do Ambiente prefere não marcar a data em que as praias na Baía de Guanabara estarão todas permanentemente limpas e balneáveis. Segundo a secretária Marilene Ramos, mesmo que algumas já apresentem condições para o banho, como ocorre em Paquetá e na Ilha do Governador, nem sempre estarão boas todos os dias. Por isso, ela recomenda cautela e consulta às análises que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) realiza semanalmente.
– O monitoramento é constante. Já apareceram alguns bons resultados, mas não se pode dizer que as praias estão balneáveis, principalmente na Ilha do Governador. A população precisa verificar os boletins do Inea para poder frequentar a praia. Ainda por cima, há uma presença de lixo muito grande nelas. Apesar de todo o nosso trabalho, da contenção das ecobarreiras, da coleta de lixo feita pela Comlurb, muito lixo continua chegando, principalmente depois de precipitação de chuvas que arrastam muita sujeira para dentro dos rios, daí chegando à Baía e às praias – alerta Marilene.
A secretária, no entanto, acredita que a Baía terá um nível adequado de balneabilidade nas praias até 2016, graças às medidas que o Governo do Estado vem tomando.
– Com o avanço do PDBG, com a complementação das redes de coleta e tratamento do esgoto nas comunidades do entorno, da melhoria da coleta de lixo, um melhor controle da poluição industrial e mantendo os investimentos fortes previstos, acredito que tenhamos, de fato, em 2016, a Baía e todas as suas praias balneáveis – aposta a secretária.
Uma desses investimentos está em curso. A dragagem do Canal do Fundão é uma obra essencial para o PDBG. Orçado em mais de R$ 200 milhões e financiado pela Petrobras e pela Secretaria do Ambiente, o projeto vai retirar mais de dois milhões de metros cúbicos de lodo e lixo do lugar. A obra vai recuperar a beleza do canal, acabar com um foco de doenças e permitir a oxigenação maior da Baía com a circulação da água.
– O assoreamento completo do Canal do Fundão não permite o fluxo de água na costa Oeste da Ilha do Governador e na Praia de Ramos. A dragagem do canal se acopla à estação de Alegria que inauguramos no início do ano e que trata 2,5 milhões de litros de esgoto por segundo. Antes dela, era exatamente um Maracanãzinho lotado de esgoto sendo despejado todos os dias na Baía. Além disso estão sendo feitas outras intervenções nesta área, como no Rio Faria Timbó e nas comunidades da Maré e da Ilha do Fundão, ligando a rede de coleta de esgoto com a estação de Alegria – informa o presidente da Cedae, Wagner Victer.
Segundo Victer, a Cedae também está construindo a ETE de São Gonçalo e implantando as redes coletoras das estações de tratamento na Baixada Fluminense. Por seu lado, a Secretaria do Ambiente está implementando o projeto Iguaçu na Baixada, que vai remover populações ribeirinhas, dragar os leitos e urbanizar as margens dos rios Iguaçu, Sarapuí e Brotas, num investimento superior a R$ 300 milhões, em parceria com o governo federal, além de manter o trabalho de retenção e recolhimento de lixo e as ações de educação ambiental nas comunidades do entorno da Baía.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que também há investimentos da Petrobras que vão beneficiar diretamente o Leste da Baía de Guanabara. Os recursos são resultados de medidas compensatórias da empresa para aprovação da licença ambiental do Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj).
– Quando demos a licença do Comperj, cravamos uma série de compensações ambientais que implicam questões ligadas a lixo, água e esgoto na área de Magé, Itaboraí e São Gonçalo, no entorno do complexo. Isso vai andar – garantiu o ministro.
Fonte: Governo do Estado