Uma manhã de combate ao mosquito Aedes aegypti marcou o dia 22 de março no Campo de Santana, no Centro do Rio, dia mundial da água. Em parceria com as secretarias municipais de Meio Ambiente, Saúde e Educação, a Fundação Parques e Jardins (FPJ) comemorou o Dia Mundial da Água com uma ação educativa contra o mosquito transmissor da dengue, zika e febre chikungunya. Como a intenção do evento era justamente mobilizar não só os moradores do entorno como também as pessoas que passam diariamente pelo Campo de Santana, três tendas foram montadas ao longo do parque.
A Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros, comandada pelo capitão Aurimar, deu início ao evento, com a apresentação de músicas clássicas e populares. Em seguida, o presidente da Fundação Parques e Jardins, Wellington Ribeiro, falou sobre a importância da água e da participação da juventude na defesa do meio ambiente:
— É claro que o poder público tem de fazer a sua parte, mas cada um de nós também tem papel importante nisso. E, nesse sentido, a juventude é o elo que temos com um futuro mais limpo e sustentável. São os jovens de hoje que vão deixar o legado ou o fardo para os jovens de amanhã. Por isso, é importante essa conscientização de que cabe a cada um de nós também lutar por um mundo melhor e mais saudável.
O funcionário público Paulo César de Lima, 53 anos, parou nas tendas para se informar sobre o assunto e aprovou a iniciativa:
— Lá em casa, eu e minha esposa tivemos dengue há pouco tempo. Já a minha mãe teve zika. Para todo lado que a gente se vira, tem alguém doente ou que já teve essas doenças. Então, é isso aí: todo mundo tem que fazer a sua parte e ajudar a se livrar desse mosquito safado.
Para Débora Rocha, uma das agentes de saúde que participou do evento, as pessoas têm informação sobre o assunto:
— Acho que falta as pessoas entenderem que cada um de nós deve abraçar essa causa. O meu vasinho de planta com água pode prejudicar a mim e ao vizinho e por aí vai. E o bacana é trabalhar junto às crianças e jovens, também. Por isso, achei muito legal o evento de hoje.
Material explicativo, banners e cartazes sobre consumo de água e o jogo “Super Trunfo” informaram e divertiram as pessoas. Márcia Costa de Oliveira, subgerente de Mobilização do Centro de Educação Ambiental, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, elogiou a ação educativa:
— Sempre é importante trabalharmos a temática da água, e sabendo que hoje há alunos de várias escolas, aumenta nossa responsabilidade porque essa conscientização começando cedo é melhor ainda.
Alunos do Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Campos Sales e das escolas municipais Rivadávia Corrêa e Tiradentes, além do Centro Educacional Marapendi (Cemp), participaram do evento, exibindo os trabalhos desenvolvidos em sala de aula sobre o combate ao mosquito.
— As crianças já vinham trabalhando as temáticas da água e do combate ao Aedes aegypti em sala de aula. Mas, ir além dos muros da escola é bom porque mostra uma vivência diferente a eles e ajuda a fixar o conteúdo, principalmente porque eles participaram de uma oficina sobre a importância de não poluir os rios — disse a diretora do EDI Campos Sales, Adriana Lemos Pereira.
Para as amigas Juliana Alves e Ana Beatriz Almeida, da Escola Municipal Rivadávia Corrêa, o que mais chamou a atenção foi a maquete que simula uma casa e os cuidados que devemos ter para evitar as doençasi:
— A gente cuida pra não deixar água parada, vê sempre os vasinhos de planta pra não acumular água e acha que está bom. Mas fiquei assustada ao saber que o ovo do mosquito pode viver até mais de um ano sem eclodir, sem virar mosquito. Por isso, é importante não só evitar acúmulo de água como também lavar com escova ou vassoura esses cantinhos onde a gente sabe que tem acúmulo de água e onde eles podem vir a depositar seus ovos — explicou Juliana.
Já a coordenadora de projetos pedagógicos do Cemp, Raquel Brito, participar do evento foi importante por dois motivos:
— Além da relevância dos temas trabalhados, foi importante também proporcionar a esses jovens a possibilidade de vir a um local histórico tão importante mas que ainda não conheciam. Eles estavam muito curiosos para saber onde era e como era esse local que ao longos dos anos vivenciou tantos fatos históricos.
O historiador, Felipe Alves, e a arquiteta paisagista, Maria Josefa Restum, ambos da FPJ fizeram um tour com os alunos sobre os principais acontecimentos históricos e os locais de maior relevância no Campo de Santana.
Ao final do evento, houve uma ação de replantio no Campo de Santana. O presidente da FPJ, Wellington Ribeiro, acompanhou os convidados que plantaram algumas árvores. O primeiro foi o Coronel Ismar, comandante da Casa Histórica de Deodoro, que plantou uma muda de pau-brasil. Em seguida, os juízes Fernando Maia e Generosa Freitas plantaram uma palmeira imperial. E, fechando o evento, os alunos da Escola Municipal Rivadávia Corrêa e do Cemp plantaram uma árvore em nome de suas respectivas escolas.