A National Aeronautics and Space Administration (Nasa) e a Prefeitura do Rio assinaram acordo de cooperação no monitoramento de risco e resposta a desastres para um intercâmbio de interesses científicos e suas aplicações. A Earth Science Division da Nasa conduzirá a parceria com órgãos da prefeitura – incluindo o Instituto Pereira Passos (IPP), o Centro de Operações Rio (COR) e a Fundação GeoRio – para apoiar novos esforços e projetos em curso a fim de melhor entender, antecipar e monitorar riscos naturais, como secas, enchentes e deslizamentos no Rio de Janeiro e em sua região metropolitana.
Os resultados dessa parceria aperfeiçoarão os atributos únicos e complementares dos Satélites de Observação da Terra da Nasa, com seus sistemas de dados, e a capacidade do Rio de monitoramento e gestão de crise.
– Essa cooperação com a Nasa será um marco para o Rio de Janeiro, uma vez que a cidade passa por grandes transformações para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 e para tornar-se uma cidade mais inteligente, resiliente e inclusiva – disse o prefeito Eduardo Paes.
Coleta de dados
A Nasa fornecerá em tempo real dados e imagens de sua rede de satélites de observação da Terra, que são de livre acesso ao público. Essas informações são uma valiosa fonte para diagnosticar riscos de desastres. Já a cidade do Rio de Janeiro fornecerá dados in situ e avaliará o uso operacional e a rotina de aplicação desses dados gerados pela observação da Terra para monitorar projetos e apoiar suas decisões e ações.
Esses esforços ajudarão a cidade a melhorar seus serviços e também a beneficiar o conhecimento científico e a coleta de dados da Nasa. A colaboração focará na integração, visualização e compartilhamento de dados relevantes, incluindo aqueles do Global Precipitation Measurement (GPM) e do Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (Modis) a bordo dos satélites Terra e Aqua, assim como de redes de monitoramento locais e regionais na área metropolitana do Rio.
– O século XXI é a era do conhecimento. Estar em parceria com a Nasa é um grande motivo de orgulho para o IPP e para a prefeitura do Rio – acrescenta o presidente do IPP, Sérgio Besserman.
A Earth Science Division da Nasa busca desenvolver entendimento científico do sistema terrestre e sua reação às mudanças naturais ou provocadas pelo homem, e a melhorar a previsão de tempo e clima, assim como de desastres naturais. O projeto consiste em uma série coordenada de satélites e missões aéreas para observações globais de longo prazo da superfície terrestre, da biosfera, da superfície sólida, da atmosfera e de oceanos. Essa abordagem coordenada possibilita um melhor entendimento da Terra como um sistema integrado.
A Prefeitura do Rio supervisiona diversas agências operacionais e de pesquisa que desempenham papel na mitigação de riscos naturais e suas respostas. O IPP é o braço de pesquisa estatística e cartográfica do governo municipal, responsável pelos dados estatísticos do Rio de Janeiro. O COR, essencialmente o hub de cidade inteligente do Rio de Janeiro, reúne mais de 30 agências municipais para antecipar, reduzir e responder imediatamente a ameaças como enchentes, incêndios e acidentes de trânsito. A Fundação GeoRio atua como organizador de pesquisa geológica, com expertise em deslizamentos. Juntas, essas agências fornecem conjunto abrangente de ferramentas e recursos que auxiliam a cidade a responder de forma inovadora a desastres como enchentes, secas, deslizamentos, terremotos e incêndios, entre outros.
Este acordo surge em momento crucial, uma vez que o Rio de Janeiro se prepara para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Não obstante, essa colaboração fornecerá aplicações operacionais e de pesquisa importantes, que irão além dos Jogos em 2016. O prefeito Eduardo Paes, que assinou o acordo, ressaltou que sua cidade sofre historicamente com chuvas torrenciais e subsequentes enchentes e deslizamentos, que podem colocar vidas em risco e causar impactos socioeconômicos. Os parceiros desta cooperação já estão dialogando com vistas a buscar soluções para solucionar tais impactos, e ambas as partes estão confiantes no desenvolvimento de futuras atividades de cooperação.
