“Rio: Carnaval sem Preconceito”
A Prefeitura do Rio, por intermédio da Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual (CEDS), lançou no dia 2 de março, a campanha “Rio: Carnaval sem preconceito”. Esta é a primeira vez que um programa é desenvolvido na cidade para orientar os cariocas a respeito dos diversos tipos de preconceito (religioso, racial, de gênero, por orientação sexual etc.) e as formas de denunciá-los. Para isso, folhetos explicativos bilíngues serão distribuídos nos blocos, praias e pontos turísticos durante os dias de folia. O material dará explicações sobre saúde (prevenção de doenças sexualmente transmissíveis), segurança, turismo e os direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros garantidos na Lei 2.475/1996.
Entre o sábado de Carnaval e a quarta-feira de cinzas, (de 5 a 9 de março), uma equipe formada por assistentes sociais e um pedagogo vão tirar dúvidas dos foliões a respeito de seus direitos, encaminhando-os a órgãos competentes em caso de denúncias de agressão. Os atendentes estarão em um contêiner que será instalado no local conhecido como point gay do carnaval do Rio, na Praça General Osório, em Ipanema. O funcionamento será das 14h à meia noite.
A campanha conta com o apoio de diversos órgãos da Prefeitura, como a Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) e a Guarda Municipal. Os agentes da GM-Rio, iniciaram ontem, dia 1º, treinamento com a equipe jurídica da corporação para agir durante denúncias, identificar ocorrências que se caracterizam como “atentado ao pudor” e dar explicações sobre a lei municipal.
Com a iniciativa, o coordenador de Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson, espera contribuir para o fim do preconceito na cidade. “É importante que a Prefeitura do Rio esteja se posicionando contra o preconceito, até porque isso não é uma coisa do carioca. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que o preconceito está presente em nossas vidas sem que a gente perceba. Por isso, a missão dessa coordenadoria é trabalhar a questão da diversidade, uma vez que lei e trabalho unidos garantem cidadania às pessoas a partir do momento em que conhecem seus direitos”, Tufvesson.
A Riotur também dará apoio à campanha com a exposição de faixas durante os desfiles dos blocos. Segundo a coordenadoria, os estabelecimentos comerciais também serão orientados, através de ofício. E, para garantir mais ênfase à campanha, um vídeo institucional será veiculado na TV e em sites da Internet. O filme reúne depoimentos de diversas pessoas, entre artistas, presidentes de ONGs e anônimos a respeito do que pensam sobre o preconceito, seja ele qual for. “Há de chegar o dia em que o preconceito não mais fará parte da vida das pessoas “, desejou Carlos Tufvesson.
Um dos participantes da campanha a gravar seu depoimento no vídeo, o figurinista Leonardo Muqui falou sobre a importância da campanha. “Como digo no filme, preconceito é o Ó. Trata-se de uma campanha maravilhosa, pois é um absurdo que, no ano de 2011, ainda se viva o preconceito. É um trabalho que vai agregar apoio em prol de um mundo melhor, mais saudável”, declarou Leonardo.
Saiba mais sobre a Lei:
Eleito o melhor destino gay do mundo, o Rio de Janeiro foi pioneiro no país na criação de lei que pune práticas discriminatórias contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs). Pouco conhecida do grande público, a Lei nº 2475/1996, regulamentada pelo Decreto 33.033/2008, assegura que nenhum estabelecimento comercial ou repartição pública do Município pode discriminar pessoas em virtude de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Fonte: Prefeitura do Rio