Unidades pacificadas recebem Superliga de Futsal
Jovens da escolinha de futsal do projeto social da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Ipanema, receberam nesta quarta-feira (2/11), no Espaço Criança Esperança, a 3ª rodada da Super Liga de Futsal Rio e se aproximaram do sonho de se tornarem estrelas das quadras. No primeiro jogo do campeonato disputado em uma comunidade pacificada, mais de vinte meninos de 9 a 13 anos de idade do programa Craques da Paz enfrentaram o time Goleadores da Rocinha, de São Conrado.
Depois da partida, o time Sub -13 de Ipanema conquistou uma vaga na próxima rodada da Super Liga, que começa daqui a duas semanas. As equipes Sub-9 das duas comunidades também participaram desta fase, mas não se classificaram para a segunda etapa da competição. A Super Liga acontece desde 2009 e nunca tinha recebido times de comunidades por falta de espaço e infraestrutura adequados. Hoje, o Governo do Estado disponibiliza oficinas esportivas com o projeto Rio 2016 e locais como o Complexo Esportivo da Rocinha. "Dezesseis equipes do Estado do Rio participam da Super Liga, e esse ano entramos para a história recebendo dois times de comunidades, sendo uma pacificada pelo Estado. Para a organização da competição, é uma forma de demonstrar o quanto o morro está unido ao asfalto depois da nova política de segurança. Os times de comunidades não competiam por falta de lugares e treinadores apropriados para treiná-los. Atualmente, a organização é completamente profissional", afirmou o presidente da Super Liga de Futsal do Rio, Marco Bruno.
O esforço dos jovens do Pavão-Pavãozinho para fazer bonito nas quadras começou na inscrição do campeonato, que começou em setembro. Para participar da Super Liga, a escolinha da UPP buscou patrocínios através de uma campanha na internet. O time da comunidade precisava de R$ 4,2 mil para inscrever 125 atletas nas categorias Sub-9, Sub-11, Sub-13, Sub-15 e Sub-17. Segundo o soldado Luiz Alexandre Santos, responsável pelo projeto esportivo na região, o esporte ajuda a retirar crianças de situações de risco. "Os jogadores da Sub-9 e Sub-13 fazem parte da Super Liga do Cantagalo, mas as crianças são preparadas por técnicos do projeto Rio 2016 da Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro). Nosso time Sub-13 já é muito respeitado e tem chance de chegar até a final, em dezembro. As crianças estão tendo a oportunidade de jogar contra times como o Madureira e conhecer outros lugares como Volta Redonda, o que é muito interessante. O jogo de hoje é histórico, porque mostra que não há mais rivalidade entre a Rocinha e o Cantagalo, depois da pacificação", disse.
Rivalidade apenas nas quadras de futsal
Para o artilheiro Marcos Vinicius Oliveira, os treinos às terças e quintas-feiras estão valendo a pena. O jovem, que foi descoberto pelo Flamengo através do projeto da UPP, frequenta a escolinha Craques da Paz há 6 meses e tem comemorado as conquistas dos times da comunidade pacificada, como as copas Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, Suderj, Santa Marta e o 4º lugar na Super Liga de Futsal Rio, na categoria Sub-17, no início deste ano. "É muito bom poder jogar em um campeonato importante como a Super Liga, e tenho certeza de que vamos levar medalhas para casa. É legal também jogarmos contra a Rocinha, que vencemos na semana passada por 10 X 4. Mas, apesar da rivalidade nas quadras, somos todos amigos, o que queremos conquistar títulos para o time do Cantagalo e Pavão-Pavãzinho", contou o estudante de 13 anos.
Morador da Rocinha, o pivô Vitor da Silva garante que a rivalidade entre os jogadores das comunidades é apenas dentro das quadras de futsal. Fã do jogador Falcão, o estudante treina há quatro anos na escolinha Goleadores da Rocinha, que funciona no complexo esportivo. Para o jovem, a competição é uma oportunidade de conhecer novos amigos em comunidades vizinhas como o Pavão-Pavãozinho, que ganhou a sede da UPP em dezembro de 2009. "É muito divertido visitar outras comunidades e conhecer outros jogadores de futsal. No campeonato da Super Liga de Futsal do Rio, posso também mostrar minhas habilidades como atleta. Meu sonho é jogar futsal como o Falcão, meu ídolo", disse Vitor.
Fonte: Governo do Rio