O governo do estado está trabalhando na estruturação de um serviço geotécnico de apoio aos municípios onde existam riscos de deslizamentos de encostas e de enchentes, nos moldes das cartas geológicas aplicadas em São Paulo e em outros estados brasileiros. A informação é da secretária do Ambiente, Marilene Ramos, segundo a qual o objetivo é reduzir, ao máximo, problemas ambientais como os ocorridos em Angra dos Reis e na Baixada Fluminense, na virada do ano, que resultaram em mais de 70 mortes.
– O Ministério das Cidades tem o Programa de Redução de Riscos, direcionado a dar subsídios para os municípios,e alguns do nosso estado possuem este tipo de carta geológica, que mapeia as áreas de risco e orienta a prefeitura na hora de autorizar construções e ocupações de terrenos. Nosso propósito é formar um grupo de técnicos como apoio em todos os municípios onde possam ocorrer esses problemas – afirmou a secretária, nesta terça-feira, em Belford Roxo, um dos locais da Baixada Fluminense mais atingidos pelas últimas inundações. .
A secretária esteve no município para dar início ao trabalho de demolição de casas construídas irregularmente nas margens do Rio Botas e cobrou mais responsabilidade das prefeituras, em relação à prevenção dos problemas de deslizamentos e enchentes.
– Vamos trabalhar em conjunto com as prefeituras, mas é necessário que elas assumam sua responsabilidade no controle da ocupação e do uso do solo – alertou Marilene Ramos.
Em seguida, Marilene participou de reunião na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, com especialistas em geotecnia do Departamento de Recursos Minerais (DRM) e técnicos da Coppe, em busca de soluções para reduzir os riscos de futuros deslizamentos de encostas e de enchentes no estado do Rio. O encontro resultou na proposta de formação de um grupo técnico de apoio aos municípios e em duas medidas de execução imediata: auxílio aos técnicos de Angra dos Reis para monitoramento das áreas de risco e a capacitação de gestores municipais para melhor ordenamento da ocupação do solo.
A missão do grupo é apoiar tecnicamente a implementação das seguintes ações recomendadas: mapeamento de áreas de risco de encostas e planícies do estado do Rio suscetíveis a deslizamentos e enchentes; treinamento de profissionais para atuação em municípios do estado; criação de núcleos formados por profissionais das áreas de engenharia geotécnica, geologia de engenharia, hidrologia e outros para atuação regional no âmbito do estado, cuja missão será apoiar os municípios na prevenção e mitigação dos efeitos das chuvas em encostas e planícies, dentre outras.
O detalhamento da proposta deverá ser apresentado pelo Grupo de Trabalho do Estado, incluindo especialistas de universidades, da Geo-Rio e de órgãos técnicos de áreas afins, após sua criação oficial.
No encontro também se discutiu a formação de um consórcio entre o governo do estado, os municípios e a iniciativa privada para a compra de radares meteorológicos que possam melhorar o monitoramento do clima e permitir a montagem de um sistema de alarme. Segundo Marilene Ramos, a proposta vai ser estudada.
Fonte: Governo do Rio